Categoria: Irmã da Divina Providência

Diário 11: testemunho da Irmã Ana Paula Batista

“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”. (Carl Jung)

Sou Irmã Ana Paula Batista Benvinda da Congregação das Irmãs da Divina Providência. Tenho 33 anos e venho contar para vocês, que nos acompanham através do projeto #SejaSinaldaProvidencia, um breve relato da minha trajetória acadêmica na graduação do curso de Psicologia; trajetória esta que me fez crescer muito como pessoa.

Inicio relatando como escolhi fazer a formação em Psicologia. Bem no começo da minha caminhada na Congregação, na etapa inicial do postulado, já sentia o desejo de ouvir mais as pessoas, percebendo a realidade na qual eu convivia e intuía que a psicologia poderia contribuir muito e amenizar seus sofrimentos. Aos poucos fui amadurecendo esta ideia no diálogo com algumas irmãs. Este desejo ficou ainda mais significativo e confirmado na experiência que fiz na missão em Vilhena no Estado de Rondônia. Trabalhava nas Comunidades de Base na formação de lideranças, presidindo celebrações, e na escuta das pessoas na Paróquia. Ali, senti a necessidade de ter um olhar mais clínico para as demandas que as pessoas me traziam em partilhas individuais e grupais. Experimentei muito não ter algo mais cientifico para contribuir na amenização do sofrimento das pessoas, além de todo suporte espiritual que dava ao povo.

Comecei a rezar e pedir as luzes do Espírito Santo para que me ajudasse a decidir por uma formação que realmente me identificasse na escolha que estava fazendo. Fui confirmada para fazer o curso de Psicologia, pois sentia que era isso mesmo que Deus pedia de mim como Irmã da Divina Providência. E aos poucos, fui expressando meu desejo às minhas superioras, as quais foram questionando minha decisão. No entanto, estes questionamentos contribuíram para que, realmente, decidisse por este Curso. Tinha consciência da responsabilidade que estaria assumindo e, de fato, era preciso estar muito aberta à ação do Espírito Santo e não só decidir, simplesmente, por uma formação acadêmica, mas entender a vontade de Deus, por meio desta profissão.
No ano de 2013, iniciei minha formação acadêmica na Universidade do Planalto Catarinense em Lages, Santa Catarina. Era um outro universo no qual estava adentrando, porém aberta para ampliar meus horizontes e conhecer outra realidade da qual estava distante há muito tempo. A minha turma era muito aplicada e se dedicava a aprender cada vez mais. Isso também me estimulava muito; tive excelentes professores que não mediam esforços para contribuir para nosso crescimento acadêmico, pessoal e social, ao mesmo tempo a missão que assumia na Comunidade Religiosa com mulheres dependentes químicas. Nossa, que experiência, quanto aprendizado! Sou muito grata pelos 4 anos que estive nessa missão. Através dela, consegui fazer sempre uma reciprocidade com aquilo que estava aprendendo na Academia na dimensão dos transtornos mentais, comportamentais, medicamentosa. Enfim, nas diversas situações psíquicas das quais eu tinha contato na recuperação das mulheres.

Foram 5 anos de muito aprendizado. Foi preciso o exercício constante da fé, da esperança, da disciplina, das superações e do empreendedorismo. Tempos de aquisição de novos conhecimentos e de (RE)construções pessoais, lidei com conflitos internos, com medos, com o esgotamento físico e mental, com as pressões externas e com as incertezas do amanhã. Mas superei e, hoje, só tenho que agradecer a Deus por tudo que me moveu, por todas as realizações e especialmente porque, com a Psicologia, aprendi a acreditar ainda mais no ser humano e saber que somos únicos e é esta individualidade que nos completa como sujeitos, que jamais podemos julgar o outro sem saber da sua história. Me formei no ano de 2018. Sou muito grata a Deus e à Congregação pela oportunidade de me tornar um ser humano melhor, a fim de contribuir com a melhora de outros seres humanos.

“Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.” (Lc 1,38)

Que Deus Providência abençoe a todos/as

#SejaSinaldaProvidência você também

Irmã Ana Paula Batista Benvinda

Diário 09: Irmã Nazaré da Silva e a missão na Bahia

O amor de Deus se revela aos que sabem ser humildes

Durante quinze dias, as Junioristas da América Latina. As Irmãs Martha, Elis, Viviane, Ingrid, Josileide, Vanessa, Ana Rakel, Cleomar e as Formadoras Maria Eloni e Joana, se reuniram na Cidade de Novo Triunfo, na Bahia, para realizar uma bela e profunda Missão com o povo de Deus.

Eu volto para minha Comunidade cheia de novas experiências de vida e fortalecida pelas luzes do Espírito Santo. Agradeço a oportunidade de entrar na casa de muitas famílias. Entrar na vida de tantas pessoas significou muito para mim. O exercício da escuta com a atenção a história de vida de cada um possibilitou não somente admiração pela força para enfrentar as dificuldades, mas também a descoberta da ação de Deus na vida de cada pessoa e luz para o meu chamado Vocacional.

O testemunho dos animadores (as) das comunidades deixaram marcas de Fé, Confiança e Esperança em Deus Providência.
Em cada visita fui tomada por um sentimento único, por vezes, apesar das inúmeras dificuldades, encontrei sorrisos largos que me fizeram dizer uma frase tão dita “é fácil ser feliz”.

Em outros momentos, me emocionei junto aqueles(as) que nas partilhas de suas angústias viam uma oportunidade de falar de suas dores e sonhos. Emprestei meus ouvidos e coração para acolher. Mais do que ensinar, creio que aprendi com o jeito simples do povo.

Essa missão representou um grande desprendimento de muitas coisas que carregava. Fez com que eu deixasse em casa todos os meus caprichos, confortos e passasse a viver com os que me acolheram. Me senti uma verdadeira Irmã da Divina Providência Missionária, estar com eles/elas, vivendo em compartilhando do que era oferecido.

Precisamos ser apaixonados por Jesus Cristo e mostrar esta paixão às outras pessoas com a vida, as palavras e o testemunho. O tema “Batizados e Enviados” fez, justamente, esse convite: que cada cristão viva a missão no seu trabalho, na Igreja, mas também na sua realidade de vida e no seu cotidiano.

O amor de Deus se revela aos que sabem ser humildes e pequenos, no sorriso das crianças, no tímido jeito de ser da juventude no primeiro contato, na afetuosa acolhida das famílias, nas histórias dos mais experientes, nas danças culturais da região, na convivência e acolhidas dos padres Mário e Léo. Em nenhum momento senti desamparada, pois sem dúvida, o Espírito Santo é o protagonista da missão. Durante as visitas nas famílias e nas celebrações entre as comunidades os jovens marcaram presença conosco.

Houve também o retiro dos Crisma dos da Paróquia São Pedro, com o tema: “Vocação um chamado de Deus e resposta cristã”. O retiro teve como objetivo contribuir para o processo de fortalecimento espiritual da juventude. Os jovens retirantes tiveram durante a manhã, a oportunidade de fazer uma profunda experiência de oração pessoal, de meditação sobre a Palavra de Deus e de revisão do seu projeto de vida.

Outro momento marcante foi a caminhada e encenação dos Discípulos de Emaús. Jesus se aproxima e se coloca ao lado deles. Caminha com eles. Respeita o ritmo deles. Não invade sua privacidade, apesar de eles mostrarem sinais de fraqueza, limitações e fragilidade. Permite que eles sejam sinceros na sua expressão (és o único que não sabe disso…); deixa-os que esvaziem seu coração… só depois toma a palavra. O encontro dos dois com o Ressuscitado os fez tomar consciência de onde estavam naquele momento e que precisavam voltar ao encanto e à paixão da experiência do discipulado.

Bendigo a Deus, pelos sinais de vida que me proporcionaram esta experiência de missão inserida no coração deste povo.

Meus agradecimentos as Irmãs Lurdes, Imelda e Nilva da Província Santíssima Trindade de Curitiba que nos acolheram com muito carinho, apoio fraterno e ajuda no meu crescimento pessoal.

Gratidão a Deus pela Congregação das Irmãs da Divina Providência, à Província Coração de Jesus de Florianópolis-SC e a Comunidade a qual faço parte. A todas as Irmãs que nos acompanharam pelos meios de comunicação, que direto ou indiretamente estiveram em missão conosco, mas, sobretudo pela oração, a vocês, meu cordial abraço. Que Deus proteja a todas.

Irmã Maria de Nazaré da Silva.

Diário 01: história vocacional da Irmã Natália Krötz

Fazer tudo para a maior Glória de Deus

A semente da minha vocação se manifestou aos cinco anos de idade. Escutei meus pais conversando sobre Padres, Irmãos e Irmãs e lá no meu inconsciente fui acalentando este chamado. Minha mãe muitas vezes falava conosco sobre a Vida Religiosa. Por sinal, minha família é muito católica e na nossa casa se rezava muito pelas vocações. Aos domingos, não se podia faltar nas Celebrações. Em família, se rezava o terço todos os dias. Muitas vezes nós íamos até a Igreja Matriz, que ficava 7 km longe de casa. Nós madrugávamos para não chegar tarde na Celebração Eucarística. Na época, se a pessoa chegava tarde na missa, não podia tomar a comunhão. Mas nada era demais para cumprir os deveres dominicais.

Desde sempre nossa família foi muitas vezes visitada por Religiosas/os. Na Escola, duas vezes por ano, vinha um Padre Jesuíta visitar os alunos e dava um santinho para quem dizia que queria ficar Irmã, Irmão ou Padre. Lá eu fui coletando santinhos que, até sair de casa, com os meus 16 anos, eu já tinha perdido a conta. Mas a alegria era muito grande mesmo que misturada com inseguranças.

Chegou o dia 12 de março de 1965, quando me despedi dos meus pais e meus 10 irmãos. Ao sair de casa, tanto papai como mamãe, diziam: filha, se não queres mais ficar nas Irmãs, podes voltar para casa que a porta sempre estará aberta para você.

Sempre senti muita confiança em Deus e na companhia de Maria. A vida foi difícil nos primeiros dias. A realidade do Juvenato era diferente, mas logo me acostumei. Entrei na Vida Religiosa no dia 21 de janeiro de 1967. Fiz os Votos Perpétuos no dia 30 de abril de 1977. Tenho 52 anos de Vida Religiosa. Sou muito grata pelo chamado de Deus. Seu amor sempre me acariciou. Agradeço pela formação recebida na Vida Religiosa. Sou grata pela educação que recebi dos meus pais. Minha caminhada vocacional também foi confirmada pelas minhas tias Religiosas.

Na Vida Religiosa o que me é força é a vida de oração, o cumprimento dos deveres religiosos, a confiança, a misericórdia e a doação. Assim posso dar testemunho do amor de Deus.

Como trabalho profissional, eu me doo no serviço da cozinha, no servir pessoas. Desde que me conheço, o meu forte é o preparo da comida, criar pratos diferentes, multiplicar experiências e soltar a criatividade para fazer coisas novas e servir com gosto a mesa. Muitas vezes, com o borbulhar da panela me vem a ideia qual o cardápio para o dia seguinte e como prepara-lo.

Com tudo isso e muito mais sinto a alegria de servir e de realizar tudo para a maior glória de Deus.

Deus provê, Deus proverá. Sua Providência não faltará!

Irmã Natália Krötz

 

 

Diário 07: Irmã Daiane Ertel e o trabalho com a juventude

O importante é que cada uma se encontre e seja um sinal da Providência lá onde Deus a quer.

Sou a Ir. Daiane, tenho 29 anos e, nesse momento, articulo o trabalho com juventudes e Animação Vocacional na Província Mãe da Providência. Há 11 anos da Congregação, sou muito feliz nesta opção de vida e amo ser Irmã da Divina Providência.

Uma das coisas que fazem parte da minha missão é articular e conduzir, junto com outras Irmãs e leigos, encontros vocacionais para jovens que desejam fazer uma experiência mais de perto com Jesus, pensar seu projeto de vida e perceber para qual vocação, na Igreja e mundo, Deus os chama.

Além de diversos trabalhos em escolas, grupos de jovens, nas comunidades, juntos às Irmãs, famílias e acompanhamento individual das jovens, uma experiência que sempre me marca muito são os encontros vocacionais.  Neles, faço a experiência concreta da ação amorosa de Deus Providência que chama cada jovem que ali está, naquele final de semana, para estar com Ele. Elas se encontram com outras jovens, também envolvidas neste movimento de busca e de uma resposta vocacional rezada e assumida na fé.
Somos, nesses encontros, sinais da Providência umas para as outras. Irmãs e jovens compartilham suas experiências de fé, suas caminhadas vocacionais e formas criativas de responder, a cada dia, ao apelo que o Senhor faz.

Nas risadas gostosas, no chimarrão em torno da mesa, em uma festa junina, nas lágrimas de experiências sofridas, em momentos de oração, em uma brincadeira coletiva, nos abraços apertados, nos rodízios de tapioca, nas danças típicas, nas conversas e testemunhos vocacionais das Irmãs e nas experiências missionárias nos espaços de missão das Irmãs, Deus se manifesta e fala ao nosso coração.

Existe um desejo grande de encontro e de compartilhar a alegria de seguir Jesus. Cada jovem vai fazendo suas escolhas, nós as acompanhamos e as apoiamos. O importante é que cada uma se encontre e seja um sinal da Providência lá onde Deus a quer. O carisma da Providência é o que deixamos como legado para elas, bem como elas sabem que sempre poderão contar conosco, com a nossa amizade e com as nossas orações.

Somos mulheres humanas e limitadas, mas também, com grande desejo de fazer o bem e a diferença na vida das pessoas que Deus nos confia.

Jovem, conte conosco!

#SejaSinaldaProvidencia você também!

 

Irmã Daiane Ertel

 

Confira fotos do trabalho de Irmã Daiane com os jovens

 

Diário 06: história Vocacional da Irmã Cunigunde

O primeiro CHAMADO da Providência se dá em qualquer lugar, a qualquer momento.

Meu chamado aconteceu quando eu estava capinando num canavial, junto de meus irmãos. Falei para eles: “eu também vou ser Irmã”. Não acreditaram. Eu tinha 19 anos e apenas havia frequentado o 4º ano do primário. Então, fui em busca de estudo e trabalho.

Após cinco anos, ingressei no Aspirantado em Arroio do Meio, Rio Grande do Sul. Lá, concluí o curso de Magistério. Incentivada pela Ir. Inês Pretto, que nos acompanhava, ingressei no Postulado junto a cinco colegas, em Teresópolis, Porto Alegre, no dia 12 de fevereiro, dia de carnaval. Uma frase dita pelo presidente da Celebração me marcou: “Fé em Deus e pé na tábua!”. Este foi um ano muito significativo de convivência com várias Irmãs e com a querida formadora Ir. Lúcia Spohr, de saudosa memória.

Terminado o Postulado, ingressei no Noviciado, que foram anos de muitos desafios, sob a orientação da Mestra Luiza Betti. Período para uma maior integração da personalidade em todas as suas dimensões. Em meio às muitas fragilidades, a presença da Providência sempre foi mais forte que meus limites. No dia 17 de agosto de 1986, em minha comunidade de origem Arroio Grande/Arroio do Meio, fiz minha Consagração definitiva, junto à Celebração das Bodas de Diamante dos meus pais.

Por longos anos, minha missão foi na educação, geralmente com crianças da zona rural ou periferia, tendo sempre como objetivo proporcionar um ambiente acolhedor e cultivar valores humanos e cristãos. Depois, a Coordenação Provincial me solicitou a ida para a missão no Nordeste, espaço de extrema pobreza. Foi um grande desafio, mas depois de um tempo de adaptação, encarei, de corpo e alma, essa missão, com intensa dedicação para inovação da catequese, na dimensão catecumenal, em âmbito diocesano.

Os problemas de saúde me obrigaram a retornar, mas após restabelecida, recebi o envio para
nossa Missão no Paraguai. Ali estou no quinto ano, assumindo o que está ao meu alcance, na
certeza que a Providência nunca falha.

As experiências da Providência, que mais intensamente senti, foram em relação à doença. Percebi, com muita clareza, a força da presença divina. A última foi a nível pessoal, quando estava voltando de um espaço de missão que era muito do meu agrado pelo envolvimento do povo. Lá, os recursos de medicina eram muito limitados, então fui solicitada para retornar e no dia seguinte estive na eminência da
cegueira. Graças à Providência, retornei e obtive um pronto atendimento e com o carinho, o cuidado e a dedicação de coirmãs e do médico, foi possível reverter o problema e assim posso continuar colaborando na construção do Reino, lá onde a Providência me enviou.

Sou muito grata à Congregação por tudo que tenho, sou e recebo. Há lindíssimos gestos de partilha e doação em favor da vida. Como dizia nosso Fundador: “Onde Deus encontra um recipiente vazio, preenche-o com os mais valiosos dons”. E como ele, também sou grande admiradora da natureza. Oxalá chegue a sua virtude de contemplá-la cada vez mais, como diz uma estrofe do Hino composto por Eduardo: “na flor, nas verdes campinas, agraciavas o nosso Criador”.

 

Irmã Cunigunde

Diário 05: experiência missionária da Irmã Martha Dibibay

EXPERIÊNCIA MISSIONÁRIA… “escola de vida! ”


Digo “graça”, pois, realmente, são tantas as realidades que me levam a agradecer e reconhecer as maravilhas que o Senhor faz e realizou ao longo desta caminhada.
Em primeiro lugar, destaco a presença amorosa de Deus que nos acompanhou. …vivemos com intensidade os dias da missão na paróquia de São Pedro junto com os padres e lideranças. Com a força do Espírito, junto a todas as irmãs Junioristas, fomos enviadas em missão nas comunidades de Novo Triunfo. Missão não escolhida, mas que Deus tinha preparado para nós!

Encontrando as famílias em suas casas simples e humildes e escutando as pessoas com suas histórias de luta, percebemos os desafios desta realidade. É um povo que sofre, resiste às ameaças e aguenta tantas coisas, mas ainda assim é feliz!

As políticas públicas pouco oferecem para uma vida digna. Muita carência em nível de educação e de saúde.  As maiorias dos jovens procuram sair desta realidade para encontrar, nas cidades vizinhas, estudo e trabalho em vista de um possível futuro melhor. As distâncias entre uma comunidade e outras são enormes e, em épocas de chuva, as estradas são quase intransitáveis.

Contudo, apesar de tantas dificuldades, percebemos a tamanha fé deste povo que resiste, que não desanima, nem se resigna; mas, sim, luta e se esforça para encontrar saídas, vivendo em harmonia com a criação e no respeito ao meio ambiente e às suas riquezas naturais.
Como grupo, somos hospedadas nas casas das famílias, que colocaram suas casas à nossa disposição. Com elas, convivemos momentos bonitos, partilhamos as alegrias e as dificuldades, escutamos histórias sofridas, rezamos juntos, experimentando que o amor une e que o “Reino já está no meio de nós”!
Mais uma vez, constatamos que este tipo de “missão” se torna para quem é aberto “uma escola de vida”, um aprendizado… O dia a dia com seu ritmo, seus imprevistos, seus apelos e, às vezes suas fadigas e limites nos fazem experimentar a alegria que Deus concede àquele que põe Nele a sua esperança. O amor misericordioso de Deus, ao longo da experiência missionária, é sempre um momento de graça especial permitindo-nos vivenciar e saborear a profundidade do mistério de um Deus que nasce na palha e experimenta a exclusão. E que a verdadeira alegria não vem das coisas, mas sim de Deus que de “rico se fez pobre”.
Agradeço pelos apelos experimentados, pela convivência com aquele povo que tanto me ajudou, agradeço pela caminhada feita em equipe e no intercâmbio dos dons pessoais junto às irmãs Junioristas e à comunidade local e, como Maria, “guardo em meu coração todas estas coisas”, louvando e bendizendo ao Senhor.

Ir. Martha Racua Dibibay.

Confira fotos da missão na Bahia

 

Irmã Martha Dibibay

Diário 03: História Vocacional da Irmã Maria Helena Lorscheiter

“O que estiver ao meu alcance eu o farei e Deus não me abandonará!”

 

Olá pessoal!

 

Sou a Ir. Mª Helena Lorscheiter. Partilho meu momento vocacional atual, como Religiosa da Congregação das Irmãs da Divina Providência.  Quando se está há bons anos na caminhada, podemos elencar uma série de razões que contribuem para continuar com disposição, seguindo nossa vocação a serviço das pessoas mais necessitadas. A experiência de Deus, a relação com o transcendente que nos ultrapassa, envolve e conduz ao Outro, ou seja, Deus,, a pessoa que caminha junto comigo, as pessoas a quem sou enviada, com quem trabalho, a quem  dedico minhas energias como resposta ao Chamado, por acreditar na dignidade do ser humano.

Há pessoas que ajudam a nos conduzir dentro dos mistérios da Vocação, que só existe pela fé, um processo no qual Deus, através dos caminhos da vida, vai nos capacitando e impulsionando.  Para mim, viver a Vocação é experiência forte de me perceber conduzida pela força do Espírito do Ressuscitado que quer precisar de mim, de nós! Que continua ainda hoje sua ação no mundo, servindo-se da oferta de minha vida, colocada a serviço, que conta com meu coração, minhas mãos, meus pés, com todo o meu ser, com minha atitude junto aos outros. O trabalho conjunto enriquece e fortalece. 

É preciso confrontar-se, enfrentar e assumir as próprias sombras e ir além!  Experiencio a força de Deus que capacita, que faz viver e compreender a dinâmica pascal da vida que acontece sempre entre luzes e sombras. Luzes sempre suficientes para dar mais um passo. Intuir e compreender sempre melhor a dinâmica pascal, compreender que a última palavra é a da VIDA, não da morte, do sofrimento, da falta de dignidade humana.  

A Vida, a Vocação é um dar e um receber. E mais vezes nos damos conta depois, que recebemos mais do que damos! Isto nos traz alegria e realimenta forte a doação! Quem sabe, podemos chamar isto de cêntuplo, do qual Jesus nos fala no Evangelho.

Aquele que nos amou primeiro, em Jesus de Nazaré, o rosto humano de Deus, conta conosco e está conosco! Temos acesso a Ele pela oração e também pela relação direta junto às pessoas que sofrem, os mais necessitados, seus prediletos. A Fé e a Vida concreta se entrelaçam! 

Isto é um pouco do que gostaria de partilhar hoje com vocês e lembrar que Deus nunca nos pede mais do que conseguimos fazer. Isto nos mostra muito claramente Pe. Eduardo Michelis, fundador da Congregação das Irmãs da Divina Providência, ao dizer: “O que estiver ao meu alcance eu o farei e Deus não me abandonará!”

 

Obrigada e um abraço!

 

Irmã Maria Helena Lorscheiter

 

Confira o que a Irmã Maria Helena tem a dizer:

Diário 01 – História Vocacional da Irmã Natália Krötz

Fazer tudo para a maior Glória de Deus

A semente da minha vocação se manifestou aos cinco anos de idade. Escutei meus pais conversando sobre Padres, Irmãos e Irmãs e lá no meu inconsciente fui acalentando este chamado. Minha mãe muitas vezes falava conosco sobre a Vida Religiosa. Por sinal, minha família é muito católica e na nossa casa se rezava muito pelas vocações. Aos domingos, não se podia faltar nas Celebrações. Em família, se rezava o terço todos os dias. Muitas vezes nós íamos até a Igreja Matriz, que ficava 7 km longe de casa. Nós madrugávamos para não chegar tarde na Celebração Eucarística. Na época, se a pessoa chegava tarde na missa, não podia tomar a comunhão. Mas nada era demais para cumprir os deveres dominicais.

Desde sempre nossa família foi muitas vezes visitada por Religiosas/os. Na Escola, duas vezes por ano, vinha um Padre Jesuíta visitar os alunos e dava um santinho para quem dizia que queria ficar Irmã, Irmão ou Padre. Lá eu fui coletando santinhos que, até sair de casa, com os meus 16 anos, eu já tinha perdido a conta. Mas a alegria era muito grande mesmo que misturada com inseguranças.

Chegou o dia 12 de março de 1965, quando me despedi dos meus pais e meus 10 irmãos. Ao sair de casa, tanto papai como mamãe, diziam: filha, se não queres mais ficar nas Irmãs, podes voltar para casa que a porta sempre estará aberta para você.

Sempre senti muita confiança em Deus e na companhia de Maria. A vida foi difícil nos primeiros dias. A realidade do Juvenato era diferente, mas logo me acostumei. Entrei na Vida Religiosa no dia 21 de janeiro de 1967. Fiz os Votos Perpétuos no dia 30 de abril de 1977. Tenho 52 anos de Vida Religiosa. Sou muito grata pelo chamado de Deus. Seu amor sempre me acariciou. Agradeço pela formação recebida na Vida Religiosa. Sou grata pela educação que recebi dos meus pais. Minha caminhada vocacional também foi confirmada pelas minhas tias Religiosas.

Na Vida Religiosa o que me é força é a vida de oração, o cumprimento dos deveres religiosos, a confiança, a misericórdia e a doação. Assim posso dar testemunho do amor de Deus.

Como trabalho profissional, eu me doo no serviço da cozinha, no servir pessoas. Desde que me conheço, o meu forte é o preparo da comida, criar pratos diferentes, multiplicar experiências e soltar a criatividade para fazer coisas novas e servir com gosto a mesa. Muitas vezes, com o borbulhar da panela me vem a ideia qual o cardápio para o dia seguinte e como prepara-lo.

Com tudo isso e muito mais sinto a alegria de servir e de realizar tudo para a maior glória de Deus.

Deus provê, Deus proverá. Sua Providência não faltará!

Irmã Natália Krötz

 

 

Confira o que a Irmã Natália tem a dizer!