Autor: sejasinaldaprovidencia

Diário 27: Terezinha Junges como Mensageira da Divina Providência

A vida é um constante aprendizado

“O segredo é saber aceitar e ser feliz com a vida que se tem sem nunca desistir de lutar pelos seus sonhos .”

 

Sou Teresinha Maria Junges, filha de Otto e Maria Catarina Junges. Sou natural de Linha Coqueiro – Itapiranga/SC.

A maior paixão na vida e o que me motiva cada dia é ajudar ao próximo. Gosto de escrever e lembrar as coisas boas e dificuldades passadas na vida.

Estudei na comunidade São Vendelino, da LInha Coqueiro até quarta série. Aos dezoito anos comecei a trabalhar na casa do professor, cuidar de crianças para que eles pudessem estudar. Em 1981 sai da comunidade, para trabalhar no Hospital Sagrada Família, de Itapiranga/SC, das Irmãs da Divina Providência. Na época a diretora de Enfermagem era Ir. Therezinha Gregory. Fiz curso de Atendente de Enfermagem e trabalhava de tudo um pouco. Tempo bom de aprendizado e grandes desafios para a vida. Encerrei meu ciclo de atividades ali em Itapiranga, em dezembro de 1985. Em janeiro 1986 vim com Ir.Maria Cecília Koerbes, para Porto Alegre. Tudo novo! Mal sabia falar o português, mas como meu objetivo era fazer um curso de massoterapeuta e voltar para Itapiranga, segui em frente com novos desafios e metas. Dias difíceis, sem conhecer pessoas, morar numa capital, porém com a ajuda das Irmãs consegui enfrentar e me acostumar a novas rotinas.

As Irmãs que se empenharam muito por mim Ir. Maria Cecilia Koerbes, Ir. Julita Hammes e Ir. Angélica Junges, que iam comigo nos lugares e ensinavam os caminhos. Comecei a trabalhar no Centro Cirúrgico no Hospital Divina Providência, sob os cuidados da Ir. Cecilia. Naquele mesmo ano iria fazer curso de massoterapia. Para fazer este curso já tinha que ter segundo grau completo, e eu não tinha. Frustração, desânimo e vontade de largar tudo. Porém, no segundo mês faltou funcionário para instrumentação e Ir. Cecilia me chamou para eu assumir esta tarefa. Inclusive me orientou como me arrumar para entrar na sala e ajudar na cirurgia. No final da primeira cirurgia o cirurgião chamou a Ir. Cecilia e falou:- “A partir de hoje a Teresinha será a minha auxiliar na sala de cirurgia”. E assim foi. Fiz curso de instrumentação cirúrgica, e em seguida Curso de auxiliar de enfermagem. Completei o segundo grau em meio ano e em seguida fiz vestibular para Enfermagem. Novos desafios me aguardavam.

Durante o exercício da vida profissional tive muitas alegrias, desafios e tristezas. O que mais me marcou foi o falecimento de uma criança. Então a coordenadora enfermeira Ir Lídia Melz, mesmo ainda não sendo enfermeira formada, sempre me indicava. Enfrentei o primeiro episódio com a morte de um paciente. Questionei a Irmã Lúcia Specht : – Porque aconteceu isso comigo? Então ela me sugeriu mudar o questionamento: “Para que aconteceu isto comigo?”

A professora Herta falou na sala de aula: “acima de nós temos um Deus que nos governa”. Assim aos poucos fui me acostumando a nova realidade. Outro episódio foi quando for Lídia teve um Câncer. Parecia o fim, mas assumi como uma realidade, acreditando na Providência de Deus no meio do povo, que vem em busca de cura e suas preces são ouvidas. Outra experiência foi uma Cirurgia cardíaca de um paciente que entrou no centro cirúrgico cianótico, sem força para conversar. O procedimento teve duração de oito horas, com final feliz. Ele saiu da sala acordado e conversando. Mais uma vez uma prova da ação da Providência Divina.

Tornei-me enfermeira em 1995, com muito orgulho, sempre trabalhando em prol do próximo. Em 1997, após algum tempo de namoro com Almério Ogliari, com a presença de familiares e amigos, fizemos o nosso casamento onde fomos abençoados pela Divina Providência. Como na vida há um tempo para tudo, encerrei com muita gratidão, as atividades no Hospital Divina Providência, em dezembro de 2009, com a chefia de enfermagem de Ir Ilani Maria Reis e coordenadora do Centro Cirúrgico a Ir. Glaci Teresinha Willers.

Em 2010 Irmã Elise Sehnem me convidou para fazer parte do grupo dos Mensageiros da Divina Providência. Fez-me bem e continuo cultivando a espiritualidade da Divina Providência, exercendo a missão com muita alegria até os dias de hoje. Desde então acompanho o grupo de Mensageiras/os da Divina Providência, da Vila Tronco – Bairro Santa Teresa, aqui em Porto Alegre/RS. São pessoas muito humildes, mas com um coração generoso, auxiliando da forma simples na Paróquia e Capela Santa Luzia. Realizamos visita aos doentes e atuamos na Pastoral da Criança.

Em 2011 assumi um serviço voluntário, como enfermeira técnica, no Asilo Vicentino da Vila 2, que está sob os cuidados das Irmãs da Divina Providência. Ali estou exercendo esta missão até os dias atuais. Tive a honra de conhecer e visitar Műnster, Alemanha, onde teve início a vida e trajetória de Padre Eduardo Michelis – Fundador da Congregação das Irmãs da Divina Providência e onde fica até hoje a Sede Geral da Congregação. Fui acompanhada de meu esposo Almério Luiz Ogliari e Irmã Glaci Willers. Fomos recebidos com muita alegria pela Comunidade do Generalato e nos acompanharam nas visitas a Coordenadora Geral da época Ir. Lurdes Luke e as Irmãs brasileiras que estavam lá: Imelda Bieger, Maria Helena Lorscheiter e Aline Ody. Foi uma linda e inesquecível experiência.

Em 2020 em plena Pandemia da COVID – 19, fui acometida de uma doença com muita febre e internada no Hospital Divina Providência. Fiz vários exames e com resultados negativos. Após sete dias tive alta sem diagnóstico, mas confiante na Providência de Deus e na Mãe da Providência. Hoje, com saúde recuperada continuo exercendo as atividades normais de cada dia. Meu coração está imensamente agradecido à Divina Providência, que sempre me manteve firme na fé e na esperança.

Saúdo a todas/os que lerem este meu Diário, com o desejo que Deus em Sua Providência as e os abençoe.

Teresinha Maria Junges

 

Diário 26: Partilha da vocacionada Gabrieli sobre o Natal em Família!

 

 

 

 

 

 

 

 

Olá, eu sou a. Hoje quero partilhar com vocês a forma como fizemos a preparação do Natal na minha família.
Em minha casa, realizamos a Novena em família como preparação para a chegada do Natal, chegada de Jesus Cristo. No primeiro dia de Novena, realizamos um sorteio de um amigo secreto de oração, que é revelado no dia de Natal. O presente é fazer uma oração todos os dias para a pessoa tirada e no dia da revelação dizer alguma mensagem para essa pessoa da família. Para o encerramento da novena nós nos reunimos em família, na casa de meus avós para uma partilha e convivência. Uma forma de preparação para o Natal também é como família participarmos das missas do advento. Participamos de todas as missas de Advento como uma preparação espiritual para o nascimento do nosso Senhor Jesus.
O Natal é um momento muito importante para a família, é um momento de união, de celebração e de partilha. Quando Jesus nasceu, se formou uma família com Jesus, Maria e José. Assim, devemos celebrar a chegada do Salvador e celebrarmos com a nossa família também.

 

Diário 25: Partilha dos leigos Marilyn Galarza e Diego Martinez

Como vão irmãos e irmãs? Meu nome é Marilyn Galarza. Participo da paróquia do Sagrado Coração de Jesus e Maria, aqui em Santa Cruz, Bolívia. Quero contar um pouco da minha experiência com o grupo de leigos da Divina Providência.

Para mim é uma coisa linda, que Deus chame as pessoas para participarem dessa Congregação e do grupo de leigos da Divina Providência. No começo, eu não entendia muito o objetivo dos encontros, mas com o passar dos encontros e participações, comecei a gostar da dinâmica   que às Irmãs usavam. Especialmente, para que nos sintamos motivados.

Tem sido uma experiência linda e marcante, enfatizo fortemente que nos aproximamos de Deus, torna minha família mais unida e isso nos permitiu ter um relacionamento melhor como casal. Vivenciamos encontros fortes para amar a Deus e nossa família e tudo isso tem permitido que nossa fé fique mais forte.

Estou feliz por participar do grupo de leigos da Divina Providência. Alegro-me que as Irmãs continuem a apoiar-nos e também ajudar e colaborar para fazer crescer a nossa fé todos os dias.  Estou feliz por continuarmos a nos encontrar, essa é a fé que devemos ter como irmãos, para a seguir em frente.

Agradeço muito também a oportunidade de alegria compartilhar essa experiência com vocês.

Meu nome é Diego Martinez, pertenço a paróquia Sagrado Coração de Jesus e Maria. Quero falar um pouco das Irmãs da Divina Providência desde a chegada delas aqui em nosso País, vindas do Brasil. Desde a chegada delas, elas têm sido muito dinâmicas e com muita vontade de ensinar-nos o que é medicina natural. Hoje, continuam espalhando seus ensinamentos, de maneira especial, para os mais  pobres. Elas buscam atendê-los com remédios, para ajudá-los a se recuperar de suas doenças físicas.

Elas estão formado muitos grupos, para que este trabalho continue a dar esperança a muitas pessoas. Tive a oportunidade de participar do grupo dos leigos da Divina Providência e é claro que gostei muito. Elas nos contam suas histórias como missionárias, histórias da Congregação, mas também nos contaram sobre Deus e nos aproximaram de Deus. Em nossa vida, fortaleceu nossa espiritualidade, pois, temos um Deus que cuida de nós e nos protege.

Portanto, agradecemos a Deus pelas Irmãs da Divina Providência, pelo seu esforço e dedicação. Algumas já partiram, mas eu digo que foram para o céu porque trabalharam para Deus. Que Deus sempre as abençoe e ilumine sempre.

Diário 24: Partilha Missionária de Ir. Maristela Christiano na Indonésia

 

Sou Irmã Maristela Christiano sou Irmã da Divina Providencia a 28 anos, quero partilhar com vocês um pouco da experiência do Amor da Providência de Deus em Minha Vida. Vocação é um chamado de Deus, que nos amou por primeiro, escolheu-nos desde o ventre materno, para sermos filhos e filhas amados. Por isso todos somos chamado somos vocacionados, e nosso primeiro chamado foi a vida, nós nascemos temos uma missão a realizar. E se vocação é chamado requer um resposta. Certo?  Eu acredito que a descoberta da vocação é sempre um processo, eu senti meu primeiro chamado vocacional ainda como criança no dia da minha primeira eucaristia quando eu tinha 9 anos, foi através da vida de oração participação no grupo de jovem da paróquia e do acompanhamento vocacional que pude discernir melhor que minha vocação era para a Vida Religiosa.

Nasci em Brusque, e com 18 anos decidir seguir a Vida Religiosa, ingressando assim na Congregação das Irmãs da Divina Providencia.  Como Irmã da Divina Providencia sempre atuei na educação e formação junto a juventude. Sou muito feliz por escolher doar a minha vida com consagrada.  “Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si. A vocação brota do coração de Deus e germina na terra boa do povo fiel, na experiência do amor fraterno”

Indonésia um sonho que virou realidade. Chegou o dia. 09 de fevereiro de 2019. Feliz é quem parte, quem anda e quem vai, certeza na frente, história nas mãos. Feliz é quem crê na promessa do Pai, consagra sua vida em favor dos irmãos. Tempo de Deus, vivencia única, encontros, orações, irmandade, alegrias, saudades, comunhão, aprendizado, missão… Palavras que exprimem sentimentos vividos de um coração agradecido. Ser estrangeira está sendo uma experiência única. Mas requer ENORME capacidade de solidão e adaptação. Sobretudo no aprendizado da língua e no choque cultural que são elementos bastante exigente. Exige abertura de coração e mente.

Nos primeiros meses, estive em adaptação para entrar em um ritmo diferente e conhecer as realidades. É complicado e confuso, mas, aos poucos, Deus vai mostrando a graça se estar aqui e você vai se esvaziando. Seu olhar brasileiro vai sendo deixado de lado, as situações vividas começam a ser compreendidas dentro da nova realidade, com o olhar da cultura local. Você aprende os dialetos, a nova maneira de cozinhar, muda o jeito de se vestir e seus conceitos. As responsabilidades chegam e você aprende a se adequar. Toda esta experiência está me fazendo crescer e alargando meu horizonte de ver o mundo, a cultura e religiosidade. Saindo de uma visão local e ampliando uma visão geral. Bem interessante isso.

Durante toda esta minha trajetória de vida o que sempre me moveu foi o desejo, desejo de fazer e ser mais, colocando-me à disposição para ajudar as pessoas. E sempre me perguntando: Qual é o desejo de Deus pra minha vida? O desejo de Deus é muito íntimo. Ele faz o convite a cada pessoa. Cabe a nós ouvir esse chamado. Chamado a viver, trabalhar, respirar, sentir, falar, namorar, amar, se apaixonar, a ser feliz. “Ficai atentos”, pois esse convite pode vir a nós de várias formas e jeitos, e a qualquer momento. Só vamos conseguir ouvi-lo se estivermos atentos e de coração aberto.

Em um ano e meio que estou aqui, a alegria de ser cuidada e amada me faz encontrar um Deus repleto de cheiro, olhares, toques, sons e sabores. Ganhei novas amizades de irmãs e amigos que sei eu estão comigo pra sempre. Mudei meu português e ganhei para vida a língua Indonésia.  Minha estadia aqui está resignificando minha vida e meus conceitos de felicidade, amor, necessidade, consumo, maternidade, cultura e tantos outros.

Gratidão a Deus e a Congregação por me dar este presente, esta oportunidade em viver esta experiência. Rezem por mim que estarei rezando por vocês.

Terima kasih

Tuhan Memberkat!!

 

 

Diário 23: Partilha Missionária da Comunidade Virgem de Guardalupe

Somos as Irmãs da Divina Providência, Congregação que foi fundada pelo Padre Eduardo Michelis na Alemanha em 3 de novembro de 1842.

Existem várias áreas de Missão que realizamos pelo mundo inteiro, em especial compartilharemos com vocês uma das missões que realizamos como Congregação em Santa Cruz de la Sierra Bolívia, terra que nos recebeu com muito carinho. Colaboramos em diversas áreas pastorais, mas hoje, falaremos sobre o serviço da pastoral da saúde com a medicina natural alternativa “ Bio Salud”, iniciada pela Irmã Rosa Heisler desde 1998 na Paróquia Sagrados Corações de Jesus y Maria, onde ainda atuamos.

Nestes tempos de pandemia, era um desafio poder dar esperança aos nossos irmãos e irmãs. Nosso serviço é feito na acolhida e atendimento de muitas pessoas através da medicina natural e da promoção da escuta e cuidado com a saúde de forma integral. Agimos com dedicação e carinho, na esperança de aliviar a dor e o sofrimento dos doentes. Como comunidade, sem nos expor ao vírus, temos sido capazes de dar esperança nesta missão que é feita confiando que Deus também ouve nossas orações para a recuperação de cada pessoa doente. Durante este tempo, Deus nunca falhou conosco, a crise afeta a todos, mas nossa confiança está em Deus e Nele podemos testemunhar seu amor na recuperação de muitos irmãos que já se curaram com as plantas que Deus criou com amor.

Queremos agradecer a Deus por todo o bem recebido; agradecer a todas as pessoas que nos apoiam e confiam em nós, agradecemos ao nosso pároco Juan Carlos Puma. Nesta árdua missão antes da pandemia tivemos voluntários que generosamente doaram seu Serviço para os doentes. Deus os abençoe onde quer que estejam.

Com um pequeno vídeo, que está no facebook e instagram, contamos um pouco do que fazemos generosamente na simplicidade e alegria que caracteriza nosso ser de  Irmãs da Divina Providência. Desejamos que  Deus abençoe suas vidas hoje e para sempre.

Diário 22: Superação do covid 19 de Ir. Erna Hammes

“Posso afirmar que vivi um tempo muito bom e que me deu várias lições de vida que estão me ajudando bastante. Primeiro, estava um tanto triste por me encontrar sozinha, sem ninguém para conversar. Tive que me animar a mim mesma e foi o que fiz: convidei meu Anjo da Guarda e Maria para eu ter com quem conversar. Foi uma experiência muito linda! Comecei a falar em voz alta, a contar o que estava sentindo, o que gostaria de fazer, lembrei coisas do passado… Isto foi bem interessante. Sentia que, tanto o Anjo da Guarda como Maria, me escutavam e me inspiravam respos-tas. Eu já não estava mais sozinha. Assim, aprendi muita coisa e fiquei bem enriquecida. Eu tive dias bem agradáveis, não senti dor, a única coisa desagradável foi um desconforto intestinal, mas nem tanto assim. Quando tinham passado os 15 dias de quarentena, eu já estava bem boa, mas tive receio de voltar para Comunidade: eu pensava que as Irmãs teriam medo de que eu lhes transmitiria o vírus. A Equipe de Enfermagem me convenceu de que isto não era verdade e que todas estavam aguardando a minha volta. E assim foi: quando cheguei ao refeitório, todas bateram palmas e me acolheram com muita alegria. Fiquei feliz e continuo bem e, o melhor de tudo, fui muito enriquecida com tudo o que aprendi durante os dias de isolamento”.

Diário 21: Lusleidy Mendoza Espinoza

”A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. (João 6, 68).

Meu nome é Lusleidy Mendoza Espinoza, tenho 20 anos. Sou de Riberalta/Bolívia e nasci no dia 26 de outubro de 1999. Meus pais se chamam Nelson Mendoza Maita e Ana Espinoza Torrez. Tenho dois irmãos e duas irmãs, sou a casula dos quatro. Antes de morar com as Irmãs, ajudava meus pais nos afazeres da casa e colaborava com minha mãe na venda da chicha.

Um dia, minha mãe me perguntou se eu queria acompanhar a coordenadora de nossa Igreja em um curso de liturgia. Como os outros jovens não queriam ir, me dispôs para ir junto, para aprender a ser comentarista nas celebrações. Minha mãe sempre partilhava que os cursos eram bons e ela dizia que se aprende muito de Deus. Então, comecei a ir junto com a coordenadora da comunidade nestes cursos. Gostava muito de ser comentarista, participei de vários encontros de liturgia e meu desejo era aprender a fazer celebrações da Palavra. Isso me animava muito.

Um dia minha irmã mais velha, partilhou que ela tinha ido ao Santuário da Virgem de Guadalupe. Isso despertou em mim a curiosidade de conhecer este lugar. Minha mãe e eu começamos a participar aos domingos da missa no Santuário.

No dia 11 de janeiro de 2020, minha mãe me perguntou se eu desejaria ir à missa na capela de Martin de Porres. Ela me disse: “ao sairmos de lá passamos no Santuário”.  Aquele dia foi incrível, tinha muita vontade de ir à missa. Quando chegamos no Santuário tinha pouca gente. Então, ascendemos velas, nos sentamos e começamos a rezar, enquanto esperávamos o Padre. A encarregada do Santuário nos pediu paciência, pois, o Padre estava a caminho.

Enquanto esperávamos, vejo uma catequista cantando. Então falei para minha mãe: “Eu admiro ela! Está cantando na missa”. Então, ela se apresentou à comunidade dizendo que era a Ir. Vanesa, das Irmã da Divina Providência. Ela falou da Providencia de Deus, contou que era natural de Riberalta, e que estava de férias. Chamou-me ainda mais atenção, quando ela disse: “Sou uma entre vocês, estou muito feliz por estar aqui junto com todo o Povo de Deus, isso me lembra das minhas raízes”.

Durante a missa eu notava que ela me olhava. Eu também olhava para ela e entre nós duas havia uma empatia. No momento do abraço da paz, ela se aproximou de mim e dos meus pais. Ao me cumprimentar, ela olhou para mim sorrindo, e me perguntou: “Você é solteira”? Eu respondi que sim. “Quantos anos você tem”? Logo respondi: “20 anos”.  E assim, ela continuou desejando a paz para as outras pessoas.

Depois perguntei para minha mãe: “mãe, o que a Irmã queria dizer”? Minha mãe falou que ela perguntou se eu queria ser Irmã. Eu fiquei com essa pergunta na minha cabeça e olhava para ela e ela continuava me olhando também. Então, eu perguntei para minha mãe: “mãe o que significa ser Irmã”? Ela me disse: “Não sei, mas, surpreende-te! Então, eu disse que queria ser Irmã! Estava com muita vontade de aprender a fazer celebrações, tinha curiosidades em saber como era ser Irmã e queria saber como se chega a ser uma Irmã Religiosa! Tinha vontade de preguntar tudo isso para a Irmã Vanessa, mas, tive medo e vergonha para perguntar.

Terminando a missa, perguntei para minha mãe se ela poderia fazer algumas perguntas para a Ir. Vanessa. Ela me disse: “Eu sou a interessada”? Ir. Vanesa tirava fotos com outras pessoas e eu a convidei para ir à minha comunidade e fazer uma Celebração. Estava inquieta com a pergunta que a ela tinha feito. Ela respondeu às minhas perguntas de maneira bem simples, mas, eu não entendi muito bem. Só que dentro de mim, meu coração palpitava forte ao dizer: “Sim, eu quero ser Irmã”.

Assim, trocamos nosso número de telefone e Ir. Vanesa me disse: “Você, é uma linda jovem e vejo em teus olhos uma busca de querer seguir a Deus e Ele quer algo contigo. Pensa bem, com calma e escolhe o caminho da felicidade. Vamos fazer uma coisa, te dou meu número de celular, se você realmente quer escolher a Vida Religiosa Consagrada em sua vida e responder Sim a Deus, me liga e diz que quer”. Assim, comecei uma grande aventura de acompanhamento vocacional com as Irmãs.

Agradeço a Deus por tê-la conhecido! Agora estou na Congregação das Irmãs da Divina Providência, na etapa do Aspirantado. Cada dia me abandono nas Mãos de Deus e digo Sim ao chamado Dele. Sei que não é fácil, mas, me recordo da citação bíblica que  Ir. Vanesa me falou naquele dia, no Santuário, onde nos conhecemos: “para Deus nada é impossível”. (Lucas 1, 37)

AQUI ESTOU, deixando-me modelar pelo Jesus Cristo!

Diário 20: Formanda Kiara Velardes Sánchez

MEU CHAMADO VOCACIONAL
“EM BUSCA DA VERDADEIRA FELICIDADE”

“Vinde a mim, todos os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11,28)

Olá! meu nome é Kiara Velardes Sánchez, tenho 27 anos. Meus pais são: Marco Antonio e Janeth, somos em seis filhos: cinco homes e uma mulher.  Minha família mora no bairro o Cerrito, que fica na zona sul da cidade de Riberalta- capital da Amazônia Boliviana. Minha família é de condição humilde e simples. Deus continua chamando! E ele chama de diversas maneiras, quero na alegria e simplicidade compartilhar com vocês como Deus Providente me chamou. Meu chamado vocacional foi assim: O primeiro sinal do meu chamado onde percebi a mão de Deus Providente foi durante a missa, da minha primeira comunhão quando alguém salmodiava o salmo, senti algo impressionante, senti a presença de Deus pela primeira vez, e foi maravilhoso senti-me amada por Ele. Desde aquele dia fiquei entusiasmada e comecei a participar ativamente na comunidade Nossa Senhora do Rosário, participando nos cantos, salmos, leituras, depois como ministra da palavra, e missionaria.
Durante esse período da minha vida recebei vários convites para ser Irmã Religiosa, para participar de encontros vocacionais porem não me chamava a atenção, e não ia aos encontros. Outro sinal forte foi durante o VCAM, (Quinto Congresso Americano Missionário.) A minha mente se abriu, e fiquei cheia de perguntas, já que sentia que tudo o que tinha feito era um nada, era um pequeno grão de areia no meio do mar, tudo isso pelo conteúdo, palestras, temáticas, discursos e durante todo o congresso em geral mexeu comigo, me deixo com perguntas sem respostas, com necessidade de algo mais, então não sabia o que. Só sei que foi Divino, “Foi a experiência vivida, que me levou a seguir experimentando e não parar”.

Ao retornar a Riberalta ainda movida pela experiência feita no congresso, senti vontade de ir à missa na catedral na quarta feira, minha mãe ficou muito surpreendida, já que eu não era de participar da missa durante a semana ainda mais na catedral, porem era o Senhor que me chamava para ir ao seu encontro, agora sei que era Ele quem me chamava e me movia. A missa era um tríduo em preparação aos votos perpétuos das Irmãs Becky e Angela, aquilo me chamou muito a atenção.
No último dia do tríduo elas contaram seus chamados vocacionais eu senti umas escalafrios dentro de mim, ao terminar a missa, logo saí de presa como fugindo de algo, e de repente escutei que alguém pronuncio meu nome: Kiara, era a voz de Deus, que me chamou pelo meu nome, era Ele, que falou a traves da Irmã Círia, me olhou e sorriu, e diz para mim, “E estado observando você e vejo que esta inquieta, por isso vou apresentar-te para a provincial, para que sejas acompanhada queres? ”. Aquilo foi para mim algo que me fez estremecer, foi uma sensação profunda. Desde aquele momento aceitei ser vocacionada das Irmãs da Divina Providência.

O dia dos votos perpétuos das Irmãs Becky e Angela, foi uma noite magica, foi um êxtase total para mim, foi cheia de emoção, já que os rostos das Irmãs irradiavam, estavam totalmente iluminados de alegria, o que elas sentiam era algo incrível na qual eu falava para mim, quero sentir e viver essa felicidade plena e real, esse foi para mim o sinal claro de que Deus me chamava para algo maior.
Então comece meu acompanhamento vocacional com a Irmã Fátima, ela despertou em mim um pouco mais esse desejo de ser Irmã da Divina Providência, no ano 2018 e 2019 eu fiz três experiências no Brasil. Irmã Fatima falou assim: Kiara tenho uma proposta para você, te animas deixar teu país ir para o Brasil, e fazer uma experiência? …. Eu me senti desafiada, já que nunca havia saído da Bolívia, não sabia português, e estar longe de minha família era um verdadeiro desafio, a pesar disso eu diz que SIM, me animei e comece minha aventura nesta caminhada, não foi fácil, foi difícil, se tem saudade da família, da comida, o idioma, tudo-tudo mais Deus vai dando forças para poder superar os desafios na caminhada.
Com o passar o tempo, ia crescendo em mim o desejo de conhecer cada vez mais a Vida Religiosa Consagrada. Após a experiência feita em Rondônia e motivada a continuar dar passos no itinerário vocacional, recebi mais uma proposta está vez é Curitiba, um novo desafio, mais tempo longe de casa, outro clima, outro ambiente, outro estilo de formação, trazendo muitas perguntas sobre minha vida e olhando que assumir este chamado não é fácil, mais com a força da Providencia de Deus estou aqui, Ele me chama e quero responder o chamado dizendo: “Aqui estou Senhor” com a força da tua Providencia seguirei esta caminhada com muita abertura, confiança e humildade e com o desejo de ser Irmã da Divina Providencia, porque sei que queres muito mais de mim, com coragem e esperança quero
seguir os caminhos de Deus.
Jovem não tenham medo de sonhar, buscar a felicidade verdadeira que vem de Deus, escuta o teu coração e responde a Deus com tua vida. Com carinho:
Pré-postulante das Irmãs da Divina Providência Kiara Velardes Sanchez.

Diário 19: História Vocacional de Ir. Lourdes Buttini

ERAS TU, PROVIDÊNCIA DIVINA ?!

…presente no luar cristalino, na noite de 20 de agosto de 1940, quando os pais Elisa e Alfredo João me colocaram dentro da vida. Na pia batismal, já no mês de setembro do mesmo ano, ali Estavas quando na luz da fé dos pais e padrinhos olhaste em meus olhos e me chamaste Lourdes, enquanto tatuavas meu nome na palma da tua mão. Num ambiente de fé e oração, vivi os primeiros anos no sacrário da natureza exuberante e, na inocência rezava: “Ave Êie, cheia de graça” por não conseguir pronunciar o nome de Maria. Aos 7 anos, recebia a unção do Espírito Santo, pelo sacramento do Crisma e lá estavas derramando amor no coração, enquanto me preparavas para uma vida de fé e testemunho.

Era também tua presença, espargindo magia nas noites de Natal, quando o céu se unia à terra trazendo ternura e encantamento. Ao ir à capela do vilarejo me Ensinaste a rezar no exemplo do pai, que se ajoelhava reverente, com os olhos fixos no altar, permanecia em silencioso, em oração…então me ajoelhava também e rezava. Em noites de luar eras presente , nos passos trôpegos do pai cansado, rezando os 12 Pai nossos da Ordem Terceira franciscana, na calçada, em frente da casa.. Quem era, senão Tu? Na preocupação piedosa da mãe em ensinar o catecismo que me preparava para a 1ª Comunhão. Permanecias ao meu lado nas tardes nostálgicas de Domingo quando a mãe me envolvia no sagrado, cantando prolongadas Loas. Com certeza estavas presente na decisão do pai em adquirir livros de santos que fortaleciam sonhos de algo maior, com mais sentido pra vida.

Estavas, também na fascinação das histórias narradas com emoção pela mãe sobre vestições no convento de Garibaldi. Enchia-me de misterioso encantamento pela VRC e repetia no segredo do coração: ”Quero ser esposa de Jesus”! Estavas ao meu lado, posso assegurar, quando aos 8 anos, do sobrado da casa encarreguei o vento para Te entregar um sigiloso bilhete que falava do desejo de ser tua “esposa”.: inteiramente tua. Quanta emoção e certeza! A ideia me fascinava…Na graça do chamado à VRC que evocara desde cedo no silêncio do coração Tu me amavas sem te compreender. Queria Te seguir! Com certeza eras Tu que querias em mim.. No juvenato quantas saudades na adaptação e por que não desistir? Por quê? Donde veio tanta força e convicção? Sem dúvida, eras Tu- Providência divina, me tomando pela mão- sem que olhasse para trás. Na vestição quanto enlevo ao pronunciar “sou esposa Daquele a quem o sol e a lua servem…”! E quando na Vida Religiosa, adentro, imersa na realidade do tempo, ouvi Teus clamores na voz dos oprimidos e” nunca mais pude olhar o mundo sem sentir aquilo que JESUS sentia…”Eis-me aqui, Providência Divina”.

Ir. Lourdes Buttini

Diário 18: Diário da Formanda Raquel Romero Gill

“O Senhor me ama, protege, sustenta e conduz. Estou segura em suas mãos” (cf. Jr 1,1-7; Sl 36,7; Jn 10, 27; 2Ts 3,3)

Olá, sou Raquel Romero Gill, sou paraguaia, venho de uma família humilde e simples, filha de Félix e Elida, sou a mais velha de cinco irmãos; uma mulher e quatro homens. Vou compartilhar com vocês, de forma simples, meu chamado vocacional.

Meu chamado vocacional é marcado por vários acontecimentos, nos quais, o que ensinaram na infância, tem muito a ver com isso. Como a minha comunidade era pequena e longe da Paróquia, tínhamos um oratório/capela na Comunidade. Sempre gostei de participar muito e com muita alegria das missas, pois eram pouquíssimas as vezes que tínhamos essa graça.

Com meus pais, aprendi valores evangélicos. Com meu avô aprendi a amar e a ter devoção à Virgen de Caacupé, a quem todos chamamos carinhosamente de Virgencinha India de Caacupé. Depois, fui criando meus sonhos, como toda menina criada na minha terra, naquela época terminando o Ensino Médio, me preparei para cursar a faculdade e para o matrimônio.

O tempo foi passando, o estudo, os contratempos da juventude e o namoro, foram distanciando-me pouco a pouco da Igreja e de Deus. As pessoas diziam que casar-se e estudar era a realização de uma mulher, mas não me sentia completa, sentia que algo faltava para me sentir realizada.

Voltei para casa e tive que deixar a faculdade de Medicina, foi muito dolorido para mim, mas procurando um pouco de luz, fui me aproximando da Igreja novamente. Ajudando na capela da minha comunidade, participei de retiros, percorria 30 quilômetros para participar da Missa uma vez por semana, participei de círculos de orações, comecei a estudar Pedagogia, e tudo era lindo, mas ainda faltava algo que eu não sabia explicar. Cada encontro, em cada reflexão, cada convite de servir a Jesus e aos outros parecia ser dirigido a mim, e foi então que  comecei a me dedicar mais à Igreja, como catequista, daí passei a acompanhar de perto tudo o que se relacionava  com a Paróquia.

A inquietação ficou mais forte, quando em um retiro, uma Religiosa de uma Congregação da Argentina, respondendo perguntas de vários jovens, fixou seu olhar nos meus olhos e disse; “Você tem muito amor para compartilhar, compartilha-o”. Depois de um tempo comecei a pesquisar sobre as Congregações. Em uma maratona, organizada em minha Paróquia, que pedi orientação para um Padre. No dia da sua Ordenação, ele me apresentou às Irmãs da Divina Providência, com as quais me encantei pelo carisma e pelo jeito como eram, pela simplicidade, pela alegria, pela confiança, e como elevavam a sua voz para denunciar a injustiça e anunciar a Boa Nova. Isso me deixava cativada, porém, vieram as perguntas: será que vou conseguir deixar minha família e minha terra? Uma parte de mim fugia, mas Deus sempre me aproximava de novo. Em 2017, falei com às Irmãs que queria dar mais um passo. Quando estava preparando meus pais para comunicar-lhes sobre a minha opção, minha mãe teve um pré-infarto e demorou uns quinze dias para se recuperar. Nesse momento, meu pai piorou de saúde, ficou um ano acamado, e a possibilidade de ir com as Irmãs teve que esperar. Em 2018, meu pai começou a melhorar. Da cadeira de rodas, passou a usar andador, depois, passou a usar bengala e isso me deu coragem novamente. Durante todo esse tempo as Irmãs estiveram presentes.

Tive uma oferta de trabalho para lecionar em uma escola e tinha que dar uma resposta no final de janeiro de 2019. Isso me deixou dividida. Foi numa noite em que meu irmão mais novo estava muito mal, entre orar, silenciar e refletir sobre isso, pedi para ir morar com as Irmãs para dar mais um passo. E em fevereiro do mesmo ano, cheguei à casa das Irmãs da Divina Providência.

Morando com as Irmãs, tive a graça de poder trabalhar e aprender de perto o que é ser Irmã, com a orientação da Irmã Bartola. Trabalhamos com jovens, com os povos nativos e na luta pela justiça junto aos mais oprimidos. Mesmo com as dificuldades, sinti-me realizada. Em outubro do mesmo ano, deixei meu País para discernir melhor minha vocação e dei o próximo passo para conhecer e me aproximar cada dia mais daquele que me viu quando ninguém via.

No dia 15 de fevereiro, cheguei a Porto Alegre/RS. Não foi fácil deixar minha família, meu País, minha língua, meus costumes e amigos. Não poderia sozinha, mas, sabendo e sentindo que Deus nos ama, nos conduz, nos forma como um vaso nas mãos do oleiro.

As Irmãs da Divina Providência são Sinais da Providência. Dão-me coragem para dizer: “Aqui estou Senhor, com grande amor abandonando-me em suas mãos”. Que a tua Providência conduza a minha vida nos Teus caminhos. Abro meu coração para que Deus possa me inundar da Sua luz, e que minha vida cotidiana possa ser um sinal de Deus para os tristes e oprimidos. “Quando os anos passarem, meus passos não avanzarem, em Tuas mãos me refugio para contigo caminhar”.

O chamado de Deus é um chamado de amor! Ele está chamando você! Não tenha medo. Com Sua Providência, Ele te guiará e cuidará de você e te encherá de felicidade. Você não estará só, Ele está sempre de mãos abertas para nos receber .

 

Com abraço fraterno. Raquel Romero Gill.

Aspirante das Irmãs da Divina Providência.