Autor: sejasinaldaprovidencia

Diário 18: Diário da Formanda Raquel Romero Gill

“O Senhor me ama, protege, sustenta e conduz. Estou segura em suas mãos” (cf. Jr 1,1-7; Sl 36,7; Jn 10, 27; 2Ts 3,3)

Olá, sou Raquel Romero Gill, sou paraguaia, venho de uma família humilde e simples, filha de Félix e Elida, sou a mais velha de cinco irmãos; uma mulher e quatro homens. Vou compartilhar com vocês, de forma simples, meu chamado vocacional.

Meu chamado vocacional é marcado por vários acontecimentos, nos quais, o que ensinaram na infância, tem muito a ver com isso. Como a minha comunidade era pequena e longe da Paróquia, tínhamos um oratório/capela na Comunidade. Sempre gostei de participar muito e com muita alegria das missas, pois eram pouquíssimas as vezes que tínhamos essa graça.

Com meus pais, aprendi valores evangélicos. Com meu avô aprendi a amar e a ter devoção à Virgen de Caacupé, a quem todos chamamos carinhosamente de Virgencinha India de Caacupé. Depois, fui criando meus sonhos, como toda menina criada na minha terra, naquela época terminando o Ensino Médio, me preparei para cursar a faculdade e para o matrimônio.

O tempo foi passando, o estudo, os contratempos da juventude e o namoro, foram distanciando-me pouco a pouco da Igreja e de Deus. As pessoas diziam que casar-se e estudar era a realização de uma mulher, mas não me sentia completa, sentia que algo faltava para me sentir realizada.

Voltei para casa e tive que deixar a faculdade de Medicina, foi muito dolorido para mim, mas procurando um pouco de luz, fui me aproximando da Igreja novamente. Ajudando na capela da minha comunidade, participei de retiros, percorria 30 quilômetros para participar da Missa uma vez por semana, participei de círculos de orações, comecei a estudar Pedagogia, e tudo era lindo, mas ainda faltava algo que eu não sabia explicar. Cada encontro, em cada reflexão, cada convite de servir a Jesus e aos outros parecia ser dirigido a mim, e foi então que  comecei a me dedicar mais à Igreja, como catequista, daí passei a acompanhar de perto tudo o que se relacionava  com a Paróquia.

A inquietação ficou mais forte, quando em um retiro, uma Religiosa de uma Congregação da Argentina, respondendo perguntas de vários jovens, fixou seu olhar nos meus olhos e disse; “Você tem muito amor para compartilhar, compartilha-o”. Depois de um tempo comecei a pesquisar sobre as Congregações. Em uma maratona, organizada em minha Paróquia, que pedi orientação para um Padre. No dia da sua Ordenação, ele me apresentou às Irmãs da Divina Providência, com as quais me encantei pelo carisma e pelo jeito como eram, pela simplicidade, pela alegria, pela confiança, e como elevavam a sua voz para denunciar a injustiça e anunciar a Boa Nova. Isso me deixava cativada, porém, vieram as perguntas: será que vou conseguir deixar minha família e minha terra? Uma parte de mim fugia, mas Deus sempre me aproximava de novo. Em 2017, falei com às Irmãs que queria dar mais um passo. Quando estava preparando meus pais para comunicar-lhes sobre a minha opção, minha mãe teve um pré-infarto e demorou uns quinze dias para se recuperar. Nesse momento, meu pai piorou de saúde, ficou um ano acamado, e a possibilidade de ir com as Irmãs teve que esperar. Em 2018, meu pai começou a melhorar. Da cadeira de rodas, passou a usar andador, depois, passou a usar bengala e isso me deu coragem novamente. Durante todo esse tempo as Irmãs estiveram presentes.

Tive uma oferta de trabalho para lecionar em uma escola e tinha que dar uma resposta no final de janeiro de 2019. Isso me deixou dividida. Foi numa noite em que meu irmão mais novo estava muito mal, entre orar, silenciar e refletir sobre isso, pedi para ir morar com as Irmãs para dar mais um passo. E em fevereiro do mesmo ano, cheguei à casa das Irmãs da Divina Providência.

Morando com as Irmãs, tive a graça de poder trabalhar e aprender de perto o que é ser Irmã, com a orientação da Irmã Bartola. Trabalhamos com jovens, com os povos nativos e na luta pela justiça junto aos mais oprimidos. Mesmo com as dificuldades, sinti-me realizada. Em outubro do mesmo ano, deixei meu País para discernir melhor minha vocação e dei o próximo passo para conhecer e me aproximar cada dia mais daquele que me viu quando ninguém via.

No dia 15 de fevereiro, cheguei a Porto Alegre/RS. Não foi fácil deixar minha família, meu País, minha língua, meus costumes e amigos. Não poderia sozinha, mas, sabendo e sentindo que Deus nos ama, nos conduz, nos forma como um vaso nas mãos do oleiro.

As Irmãs da Divina Providência são Sinais da Providência. Dão-me coragem para dizer: “Aqui estou Senhor, com grande amor abandonando-me em suas mãos”. Que a tua Providência conduza a minha vida nos Teus caminhos. Abro meu coração para que Deus possa me inundar da Sua luz, e que minha vida cotidiana possa ser um sinal de Deus para os tristes e oprimidos. “Quando os anos passarem, meus passos não avanzarem, em Tuas mãos me refugio para contigo caminhar”.

O chamado de Deus é um chamado de amor! Ele está chamando você! Não tenha medo. Com Sua Providência, Ele te guiará e cuidará de você e te encherá de felicidade. Você não estará só, Ele está sempre de mãos abertas para nos receber .

 

Com abraço fraterno. Raquel Romero Gill.

Aspirante das Irmãs da Divina Providência.

Diário 17: História Vocacional Pré-Postulante Caudência Celestino.

“Frase força: Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” Mt 16,24

      Olá meu nome é Caudência Celestino, natural de Moçambique/ África, pertenço a uma família simples e numerosa, somos em sete,
quatros homens e três mulheres, sou apoiada pela minha família e as mesma se alegram na minha escolha vocacional. Quero de forma
simples compartilhar o meu chamado com vocês. Como aconteceu? Foi quando eu tinha treze anos participava de um grupo de coral,
num dos ensaios, quando eu estava de regresso para casa, aquela noite a lua estava bela e clara, então me chamou muito atenção na
qual eu parei e contemplei extasiei por alguns instantes, no meio da lua tinha uma imagem e essa imagem era de Maria ela estava vestida
de véu era uma imagem luzente eu falava emocionada para minhas colegas que eu queria ser igual a ela, no momento parecia ser
brincadeira mas não era, este foi o primeiro sinal de Deus.

        O segundo sinal de Deus, foi através do meu tio Paulo Jonase, sempre ele falava, Caudência você não quer ser Irmã? Você pode ser o
exemplo da família, eu respondia que não, muitas vezes escutei esta provocação, mas eu não dava muita importância. Em 2014, fui morar no lar das Irmãs da Divina Providência, gostava de estudar e aproveitava bem o espaço, mesmo vivendo perto das Irmãs
nunca teve a ideia de ser Irmã. Após dois anos de estudos no lar, em 2016, tive a curiosidade de ir na casa das Irmãs onde encontrei Irmã
Luzia trabalhando na horta, ela me chamou dizendo: Caudência você não quer ser vocacionada nossa? Eu prontamente respondi que não.
Daí ela me perguntou você quer casar? Eu disse que sim.

As palavras de Irmã Luzia me deixaram inquieta, chegou à noite me deitei para dormir, mais cadê o sono não tinha sono, só pensava
aquilo que Irmã me tinha perguntado, e da resposta que eu tinha dado, será mesmo eu quero ter marido? Será que tendo marido eu
serei feliz? Sei que aquela noite não consegui dormir, foi a noite das perguntas e da resposta. No dia seguinte voltei de novo para casa das Irmãs, assim que cheguei falei para irmã eu quero ser vocacionada, elas prontamente me acolheram com alegria e no mesmo ano comecei o acompanhamento Vocacional na Congregação das Irmãs da Divina Providência.

          Após ter caminhado o ano inteiro elas me perguntaram como eu estava me sentindo, expressei meu desejo de seguir em frente, então vim morar na casa das irmãs.  Em 2018 fui morar em Nampula, na casa de formação para dar continuidade a minha caminhada, no final de 2019, recebi uma surpreendente noticia ao mesmo tempo desafiadora, a proposta de vir para o Brasil em 2020, meu coração disparou de alegria e ao mesmo tempo nasce o questionamento e agora deixar meu país minha família tudo? Então Irmã Celéria me perguntou; Caudência você quer mesmo dar continuidade no processo vocacional no seguimento de Jesus Cristo? Eu respondi sim quero Irmã. Deixar família não é fácil, mais quando Deus chama Ele dá força, coragem, animo e fé, para poder seguir o projeto de Deus. Jovem o chamado de Deus é divino e ele Continua chamando, não tenha medo de conhecer Jesus em tua vida, abre teu coração e entrega teus sonhos, tuas buscas teus anseios, não desista de encontrar a felicidade em Deus. Deixa que a Mão do Deus Providente te conduza.

Com alegria e Carinho:
Pré-Postulante Caudência Celestino.

Diário 16: a missão da Irmã Marina Maria Mohr

“É missão de todos nós, Deus chama e quer ouvir sua voz”!
O batizado(a) renasce para a Vida eterna, e é chamado(a) a conhecer Jesus, a ser discípulo(a) e a falar Dele a todas as pessoas, por palavras e pelo testemunho.

Neste compromisso, vou pautando minha vida, buscando ser fiel Àquele que me amou, chamou e envia- JESUS!
Sou Ir. Marina Maria Mohr, natural da pequena, mas simpática cidadezinha de São José do Hortêncio do RS. Conheci aí as Irmãs da DP, frequentando a escola, onde elas atuaram com muito carinho e empenho. Senti-me tocada, desde pequena, direcionando meu olhar nesta direção: “…também quero ser feliz como elas, dedicando a vida para Jesus”.

Hoje, sou feliz, e nunca me arrependi por ter acolhido o chamado de Deus e prosseguido em frente, mesmo entre muitas dificuldades, buscando realizar, no dia a dia este desejo. Descobri que as dificuldades são degraus para me tornar mais apta, mais corajosa, mais forte… para compreender a missão de Jesus. E, este ano, faz 46 anos que estou na vida Consagrada Religiosa como IDP.

Uma frase importante em minha vida é: “Coragem, eu venci o mundo”! Conta comigo! Cf. Jo 16,33b.
Ser missionário(a) é sair para ir ao encontro das pessoas, estejam elas onde estiverem. “ Há quem parte longe de sua família, seu povo, sua cultura; vai além-fronteiras.” Fiz esta experiência significativa: vim para o Maranhão em 1995.

Experimentei a riqueza do quanto as diferentes culturas nos enriquecem. Sem dizer que, sim, é poder se disciplinar, muito respeitar, amar, abraçar um contínuo caminho de conversão, mas sempre contar, permanecer… com Jesus. Eis uma lembrança de “ouro” para meu viver: “Aprendi o que é ser Irmã da Divina Providência no chão maranhense. Riqueza que ninguém pode arrancar de mim.

Quero neste diário, partilhar um desafio que me ajudou e enriqueceu muito: ir em missão algumas semanas, alguns dias, bem para o interior do Maranhão, especificamente Santo Amaro do Maranhão e Primeira Cruz. Fiz a experiência de viver a Semana Santa, vivenciando a paixão, morte e ressurreição de Jesus, em duas comunidades bem humildes, no interior. Experiência ímpar! Acolhi-me ressuscitada para uma Vida Religiosa mais comprometida com os menos favorecidos, onde novos desafios de vida devem ser contínuos. E senti-me confirmada no SIM dado a Deus há 46 anos e sou realizada.

A última experiência foi em Primeira Cruz, perto de Santo Amaro, no mês de setembro. Por enquanto, lá só se chega sobre a água, com voadeira. Cidade bem maior que Santo Amaro e nem paróquia tem. Encontrei um povo muito sedento da Palavra, do convívio, do bem-querer, e, de muita partilha do que tem. Senti-me logo em casa.
Me programei para dar o melhor de mim e aproveitar bem o tempo. Deu para:

· Organizar a IAM (Infância e Adolescência Missionária). Hoje, um bom grupo de crianças participa e é assumido por jovens;
· Encontro com adolescentes e jovens;
· Presidi celebrações da Palavra;
· Visita para a Escola;
· E o mais, visitando famílias, especialmente levando conforto da Palavra para doentes, idosos, entre outros.
E ainda deu tempo para curtir a natureza bem para um interior, chamado Tapera, um passeio de quadriciclo! Que legal!

Foi tempo de graça sobre graça, bênçãos…

Assim, consigo entender, acolher mais, o que Jesus diz para quem o segue: …”receberá o cêntuplo.” A recompensa do conviver com o diferente, crescer em amizade, conhecer outros lugares, aprender com o povo, levar e partilhar o pouco que se tem com quem tem pouco e deseja crescer na fé, na vida. Atualmente, estou em Porto Alegre, tendo retornado ao Rio Grande do Sul em janeiro deste ano.

Este peregrinar fez a grande diferença em minha vida.

“Dou graças Senhor, por Teu grande amor.”

Diário 15: a mensageira Marlise Ritter

Recomeço guiado pela Providência!

Bem, para iniciar, vou me apresentar rapidamente. Sou Marlise Ritter, natural de Itapiranga/SC, atualmente morando em São João d’Oeste/SC. Tenho 51 anos, sou casada com José Afonso Schneider e mãe do Daniel Augusto de 15 anos. Há poucos meses, ouvindo o meu coração, tomei uma decisão muito importante e desafiadora, que mudou completamente toda a minha vida e da minha família. Deixei para trás o trabalho profissional, de longos anos junto às Irmãs da Divina Providência, uma presença e atuação na vida da Igreja no RS, em Porto Alegre, amigas e amigos, grupos de convivência e trabalho e muito mais, e me mudei para São João do Oeste/SC, juntamente com minha família para assumir uma causa, ou seja: o cuidado de meus pais idosos e doentes. Não sabia o que me esperava, mas fui confiante na Providência e com muita coragem. A minha grande paixão é, sabendo-me amada e conduzida por Deus Providência, fazer a vida valer a pena, gastar-me fazendo o bem, servindo, vivendo o Evangelho na sua radicalidade, no seguimento a Jesus Cristo como Leiga comprometida na Família, na Igreja, e na Sociedade, sendo Sal da terra, Luz do mundo e Fermento na massa.
O que realmente me levou a tomar essa decisão foi a VIDA da mãe Laura com 84 anos e do pai Ivo com 86 anos. A mãe estava muito fragilizada e o pedido de socorro comoveu meu coração. Ela foi acometida de um AVC em agosto de 2017 e em decorrência, teve perda de parte da memória e já há um ano estava acamada. O pai com depressão há vários anos e diagnosticado com câncer na próstata. Desde então, nenhum momento de sossego em minha vida. Todas as vezes em que os encontrava, meu coração ficava mais apertado. Eu tinha o desejo de poder dar o meu melhor, ou seja, o cuidado e o amor e carinho que necessitavam para viver com dignidade e qualidade. Mas como isso poderia acontecer se eu morava em Porto Alegre com minha família, uma vida organizada e com tantos trabalhos, planos e apelos pela frente?
Procurei em Deus a consolação e a orientação e encontrei alento na oração que intensifiquei dia após dia com muita fé e esperança de que Deus jamais abandona quem a Ele se confia. Eu não sabia como, quando, onde e de que maneira isso poderia acontecer, mas eu rezava e colocava no coração de Deus e da Mãe Maria a minha súplica, o meu pedido. “Que eu possa chegar em tempo para cuidar a minha mãe e o meu pai”. Cada dia procurava fazer tudo o que estava ao meu alcance na certeza de que Deus não iria me abandonar. E assim aconteceu.
Em meados de julho do corrente ano, meu esposo se desligou da Instituição em que trabalhava por longos anos, e essa notícia me deu esperança e certeza de que Deus Providência estava ouvindo o meu apelo. Assim sendo, não tive dúvidas, imediatamente conversei com as Irmãs da REDIPASC, Instituição que pertence às Irmãs da Divina Providência onde desenvolvi meu trabalho nos últimos anos na área administrativa e da formação, e expus minha situação. Irmãs Lucila, Lourdes e Justina já estavam acompanhando toda minha trajetória de preocupações e sofrimentos e logo entenderam minha situação e me apoiaram na decisão. Foi tudo muito rápido, em poucos dias foi necessário decidir muitas coisas e arregaçar as mangas para uma mudança. E que mudança! Não foi só a REDIPASC e as Irmãs da Divina Providência e as Mensageiras, Equipe Partilha de Carismas, Conselho Nacional do Laicato do Brasil, Regional Sul 3, que deixei para trás, mas todo um trabalho de Igreja, como Leiga, em diferentes frentes onde busquei viver a missão, o evangelho e tinha planos de realizar várias experiências e trabalhos junto à missão das Irmãs da Divina Providência e na Igreja do Rio Grande do Sul, do Brasil e do mundo.
Chegou, pois, a hora. O filho Daniel Augusto também teve sua participação, acolhendo com generosidade o meu desejo. Para ele não seria tão simples assim, trocar de escola no meio do ano, sair de uma Capital como Porto Alegre e morar no interior, uma cidadezinha com seis mil habitantes, deixar o CLJ da Paróquia Santo Inácio, entre outros. Confesso que Deus também cuidou e continua cuidando dele e de suas opções. Obrigada filho, você tem um coração generoso e é muito amado! Também a atitude amorosa de meu esposo, que me compreendeu, apoiou e continua me dando força e coragem no dia a dia.
O gesto do meu marido e do meu filho foram muito importantes nessa decisão, a fim de que o meu coração pudesse enfim ter paz. Para que eu pudesse me dedicar de corpo e alma à causa da vida, e vida em plenitude, de meus pais.
A minha vida realmente tem sentido em Deus Providência. Cada dia se confirma sempre mais essa certeza: de que sou filha amada da Providência e por Ela guiada, passo a passo. Nesse sentido, as escolhas que fui fazendo e em especial a última, são consequência desse amor incondicional.
Assim vem sendo a minha vida: vivida na dinâmica da Fé, não me pertence mais e sim, está nas Mãos Providentes e amorosas de Deus, que vai orientando e conduzindo. A minha fé confiante na Divina Providência e o amor incondicional têm guiado meus passos de forma consciente, seguindo o horizonte com a opção clara e definida: em defesa dos mais pobres e oprimidos em sua dignidade humana, pessoas mais fragilizados, abandonados, sem vez e sem voz. Sim, me identifico com esses que clamam por vida digna e por justiça.
Estar hoje cuidando de minha mãe e do meu pai é responder diariamente a essa opção que vivo, é assumir constantemente novos desafios e entregar tudo nas mãos Providentes de Deus. São quase três meses de dedicação exclusiva e cada dia é um presente de Deus, cada dia faço a oferta a Deus de nossas vidas e rezo pela minha conversão pessoal e pela unidade nas famílias e, especialmente, na nossa, pela saúde, pela paz, pela justiça e vida digna para todos.
A vida recebeu um novo sentido e percebo a ação de Deus Providência que vai me purificando e me moldando nessa caminhada. “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”, como diz São Paulo. E, como Maria, coloco-me na atitude de acolhida, “eis aqui a serva do Senhor, faça-se”!
Que Deus em sua Providência abençoe e ilumine a sua vida, a nossa vida e de todas as pessoas. Amém.
São João do Oeste, SC, novembro de 2019.
Marlise Ritter

Diário 14: História da Vocação da Irmã Arlete

Com a idade de 08 anos fiz a Primeira Comunhão. A partir daí comecei a cultivar em mim o desejo de uma vida totalmente voltada à oração. Morávamos bem no interior, o padre vinha uma vez por mês para celebrar a Missa. Não conhecia nenhuma congregação, mas cultivei este desejo passando horas a fio pensando como realizá-lo, à noite perdia o sono e rezava muito e a imaginação dava continuidade à minha oração e assim adormecia. Quando aprendi a ler, peguei o livro de oração da mãe, encontrei a Via Sacra, comecei então a rezar, levava 14 dias pois rezava uma estação por dia, quase decorava, não sabia que era a Via Sacra, mas à medida que ia lendo fazia muitas perguntas e a mãe pacientemente ia respondendo e explicando tudo enquanto fazia comida ou remendava nossas roupas, foi a melhor catequese que tive. A família é a mais bela e melhor escola. Os grandes ideais que nos acompanham na vida, tem sua origem na família.
Morávamos em Barreiros à 7k de Bom Retiro SC e em 1952 nossa família mudou-se para Francisco Beltrão PR. Foi aí que vi Irmãs que davam catequese e não pude participar porque já tinha feito. Com presença das Irmãs senti meu sonho quase realizado, meus pais se opuseram. Nunca tive oportunidade de conversar com elas, pois nos mudamos para Salgado Filho 70k de distância. Lá tínhamos Missa de vez enquando nem era todo mês. Minha mãe não se acostumou no local e queria voltar para SC.

Rezávamos o terço todas as noites, eu recorri para Nossa Senhora, e após o terço em família eu rezava mais um dirigido diretamente a NS de Fátima pedindo duas coisas: o retorno à SC e a realização do meu sonho. Após 5 anos, fomos morar em São José do Serrito SC, perto de Lages. Quando meus iam para a cidade eu pedia para verem se tinha lugar para mim no colégio das Irmãs e sempre voltavam dizendo que não tinha. Certo dia a mãe me contou que nem no colégio eles iam. Dia 20 de janeiro de 1958 o pai falou que dia 11 de fevereiro ele iria à Lages para ver se conseguia vender o milho que colheu, iria com D. Tereza de carona. Não perdi tempo, procurei num baú, peguei minha certidão de nascimento e outros documentos que tinham o meu nome e arrumei duas mudas de roupa pois éramos bastante pobres. Na hora da saída eu disse: pai eu vou junto, e ele não me impediu. Pedi para D. Tereza para ir na casa das Irmãs. Ela me levou no Colégio Santa Rosa/Lages. Foi a primeira vez que me vi frente a frente com uma Irmã. A Irmã superiora Otônia me recebeu e ali mesmo, foi logo dizendo não podia me aceitar, pois, no pensionato não havia mais vaga, e eu dizia: eu durmo até no chão em qualquer lugar, mas eu quero ficar Irmã, nisto chaga a Irmã Otilde e diz Irmã Superiora se Deus chamou a senhora também tem que aceitar. Eu pensei comigo: ‘ninguém me chamou, estou aqui porque eu quero’. Ainda não entendia do chamado à vocação. Foi a minha salvação. Mas quando a Ir. Otônia se despediu do pai ela disse para ele vir me buscar no outro dia e eu escutei, ao me despedir do pai eu disse, se ele quisesse me visitar depois de um mês. Me acostumei logo, alias desde o primeiro dia já me sentia em casa, apesar de ‘chucrinha’, nunca tinha saído de casa. Fui trabalhar com Irmã Otilde que tinha escutado a conversa com Irmã Superiora; me aconselhou muito e me ajudou mais ainda.

Com o primeiro passo dado as resistências em casa aumentaram quando ia de férias, a volta era sempre um drama especialmente por parte da minha irmã mais velha com promeças e ameaças. Fiquei dois anos em Lages, um só trabalhando e outro trabalhando e estudando conclui o 4º ano primário. Tinha uma professora Valdete, muito querida por todos, e escrevi uma frase que ela pronunciou e que a levo quase como um lema de vida: “O QUE MERECE SER FIETO, MERECE SER BEM FEITO”.
Aos Domingos eu tinha folga, então ia para a Catedral e participava de todas as missas do período da manhã, pois o harmônio só funcionava com a ajuda do cata-vento e este era manual. A Irmã Albina era a organista e ficava muito contente pois assim ela não precisava ficar procurando alguém voluntário em cada missa pois ela também tocava em todas as missas.

Irmã Arlene (Carlina Bruder)

Diário 13: Depoimento de uma postulante

Minha gratidão a Deus porque me escolheu e me capacita para uma grande missão!

Começo o meu diário falando um pouco sobre mim. Sou Marceliane Andrade Marques, tenho 21 anos e sou a primeira filha de seis irmãos. Nasci na região de Santarém-PA, mas fui criada na cidade de Juruti-PA, onde minha família reside. Atualmente, moro em Curitiba na comunidade do postulado latino-americano e Moçambique, pois sou Postulante das Irmãs da Divina Providência.

Moro com as Irmãs há 2 anos e 8 meses e aqui, nesse diário, partilho um pouco do que é ser postulante e um pouco da minha história vocacional.
Entrei no postulado há seis meses, no dia 25 de março deste ano. Para mim, este é um tempo para crescer no conhecimento da pessoa de Jesus Cristo e cultivar um relacionamento pessoal com Ele. É uma etapa em que me preparo para dar início à vida religiosa

Continuo desejosa e convicta de que quero seguir a vida religiosa como Irmã da Divina Providência!

Costumo dizer que a minha vocação está sendo lapidada. Deu-se início aos 13 anos, a partir de um encontro vocacional promovido na comunidade onde eu participava, e, desde aquele dia, um desejo imenso de servir a Deus cresceu em meu coração. Mesmo assim fiz a experiência de namoro, festas e trabalho. Tinha sonhos de concluir o Ensino Médio e começar logo a faculdade, então fui em busca de meus sonhos em outra cidade.

Dois anos antes de concluir o Ensino Médio, ao participar de um retiro, conheci Irmã Valmi. O jeito dela me encantou, e confesso que reavivou uma chama em meu coração, porém tinha medo e tentei escapar. Foi então que Deus novamente usou outro meio de chegar até mim. Por meio das redes sociais enviou Irmã Márcia, também da Divina Providência. As duas me acompanharam e me motivaram a uma resposta livre e corajosa ao convite de Deus.

Desde que conheci a Congregação, o que mais me encanta no Carisma das IDP é essa imensa confiança e fé no Deus Providente, o abandonar-se nas mãos Dele e deixar que Ele aja em nossa vida, nas dificuldades e conquistas, nas tristezas e alegrias… Me anima e ajuda em minha vocação ter a possibilidade, desde agora, de conhecer e viver desse carisma e espiritualidade em vários contextos da vida e missão e, principalmente, nos locais onde sou engajada. Somos testemunhas da Esperança do amor de Deus Providência!

Não é tarefa fácil deixar que Deus cumpra sua obras em minha vida. Contudo, não estou sozinha. Reconheço e agradeço às diversas ajudas e apoio que tenho, de modo especial à minha família que, mesmo distante fisicamente, está sempre ligada a mim… Aos meus amigos, às Irmãs da Congregação, as de perto e de longe, à minha comunidade formadora e, de modo particular, à minha formadora, Irmã Rita Maria, que desempenha um papel importante nesta etapa da minha formação.

Marceliane Andrade Marques

Diário 12: vocação de Irmã Roseldis Kuhn

Um Diário de minha Vocação

Sou Irmã Roseldis Kuhn, há 61 anos Irmã da Divina Providência. Tenho, nesta história, uma vida vocacional marcada pela Providência de Deus. Vou contar um fato do início deste caminho.

Minha família é do interior de Nova Petrópolis, precisamente da Comunidade de Pinhal Alto. Com meus pais e irmãos, vivi feliz os anos da minha infância e adolescência. Nossa família, além de viver a fé cristã intensamente em casa, estava muito envolvida na Comunidade da Igreja Local. “É a nossa Igreja”, se dizia. Foi também neste envolvimento comunitário, que despertou em mim a vontade de ser Irmã, mesmo sem nunca ter visto ou conhecido uma Irmã Religiosa. Eu estava com os meus 14 anos de idade, quando uma colega de aula foi com as Irmãs Bernardinas Franciscanas, em Camaquã, e eu queria ir com ela. Externei para meu pai o desejo de ir estudar para ser Irmã e de ir com a Maria, minha colega. A resposta do pai foi: “Tu podes ser Irmã, sim, mas tens 14 anos, quem sabe, fica mais um ano em casa! És ainda nova!” Acolhi o conselho do pai e esperei, para seguir, no ano seguinte, com a minha colega. Aquele ano de espera tornou-se para mim um ano especial: nele eu reconheço o 1º sinal da Providência de Deus em minha vida vocacional. Foi assim:

Parece que Deus gostou da ideia de meu pai e a Divina Providência se aproveitou do momento, entrando no meu caminho, dando-me a oportunidade de conhecer as Irmãs da Divina Providência. Num dia desses, recebi uma carta de uma Irmã da Divina Providência de Arroio do Meio, da Ir. Afonsina Hansen. Ela chegou a saber que eu queria ser Irmã; escreveu-me uma carta muito bonita, parecia ser uma carta caída do céu. Esta me indicou o caminho de me encontrar e conhecer as Irmãs da Divina Providência, na Beneficência Portuguesa de Porto Alegre. Minha mãe e eu, com um guia, fomos para a Grande Cidade – POA. Aí sim! Vendo a alegria das irmãs, o jeito e a missão delas, o caminho estava aberto para tornar-me, também um dia, Irmã da Divina Providência. Com 15 anos de idade, rumei para Arroio do Meio, onde iniciei o caminho que a Providência de Deus havia pensado para mim.

Aos 20 anos, o sonho se tornou realidade, ingressei na Congregação. Posso dizer que minha vida, comprometida com o Carisma das Irmãs da Divina Providência, foi e está sendo uma vida feliz, onde busco ser Sinal da Providência de Deus.

E você, que leu este meu Diário, seja também Sinal da Providência de Deus!

Irmã Roseldis Kuhn

Diário 11: testemunho da Irmã Ana Paula Batista

“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”. (Carl Jung)

Sou Irmã Ana Paula Batista Benvinda da Congregação das Irmãs da Divina Providência. Tenho 33 anos e venho contar para vocês, que nos acompanham através do projeto #SejaSinaldaProvidencia, um breve relato da minha trajetória acadêmica na graduação do curso de Psicologia; trajetória esta que me fez crescer muito como pessoa.

Inicio relatando como escolhi fazer a formação em Psicologia. Bem no começo da minha caminhada na Congregação, na etapa inicial do postulado, já sentia o desejo de ouvir mais as pessoas, percebendo a realidade na qual eu convivia e intuía que a psicologia poderia contribuir muito e amenizar seus sofrimentos. Aos poucos fui amadurecendo esta ideia no diálogo com algumas irmãs. Este desejo ficou ainda mais significativo e confirmado na experiência que fiz na missão em Vilhena no Estado de Rondônia. Trabalhava nas Comunidades de Base na formação de lideranças, presidindo celebrações, e na escuta das pessoas na Paróquia. Ali, senti a necessidade de ter um olhar mais clínico para as demandas que as pessoas me traziam em partilhas individuais e grupais. Experimentei muito não ter algo mais cientifico para contribuir na amenização do sofrimento das pessoas, além de todo suporte espiritual que dava ao povo.

Comecei a rezar e pedir as luzes do Espírito Santo para que me ajudasse a decidir por uma formação que realmente me identificasse na escolha que estava fazendo. Fui confirmada para fazer o curso de Psicologia, pois sentia que era isso mesmo que Deus pedia de mim como Irmã da Divina Providência. E aos poucos, fui expressando meu desejo às minhas superioras, as quais foram questionando minha decisão. No entanto, estes questionamentos contribuíram para que, realmente, decidisse por este Curso. Tinha consciência da responsabilidade que estaria assumindo e, de fato, era preciso estar muito aberta à ação do Espírito Santo e não só decidir, simplesmente, por uma formação acadêmica, mas entender a vontade de Deus, por meio desta profissão.
No ano de 2013, iniciei minha formação acadêmica na Universidade do Planalto Catarinense em Lages, Santa Catarina. Era um outro universo no qual estava adentrando, porém aberta para ampliar meus horizontes e conhecer outra realidade da qual estava distante há muito tempo. A minha turma era muito aplicada e se dedicava a aprender cada vez mais. Isso também me estimulava muito; tive excelentes professores que não mediam esforços para contribuir para nosso crescimento acadêmico, pessoal e social, ao mesmo tempo a missão que assumia na Comunidade Religiosa com mulheres dependentes químicas. Nossa, que experiência, quanto aprendizado! Sou muito grata pelos 4 anos que estive nessa missão. Através dela, consegui fazer sempre uma reciprocidade com aquilo que estava aprendendo na Academia na dimensão dos transtornos mentais, comportamentais, medicamentosa. Enfim, nas diversas situações psíquicas das quais eu tinha contato na recuperação das mulheres.

Foram 5 anos de muito aprendizado. Foi preciso o exercício constante da fé, da esperança, da disciplina, das superações e do empreendedorismo. Tempos de aquisição de novos conhecimentos e de (RE)construções pessoais, lidei com conflitos internos, com medos, com o esgotamento físico e mental, com as pressões externas e com as incertezas do amanhã. Mas superei e, hoje, só tenho que agradecer a Deus por tudo que me moveu, por todas as realizações e especialmente porque, com a Psicologia, aprendi a acreditar ainda mais no ser humano e saber que somos únicos e é esta individualidade que nos completa como sujeitos, que jamais podemos julgar o outro sem saber da sua história. Me formei no ano de 2018. Sou muito grata a Deus e à Congregação pela oportunidade de me tornar um ser humano melhor, a fim de contribuir com a melhora de outros seres humanos.

“Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.” (Lc 1,38)

Que Deus Providência abençoe a todos/as

#SejaSinaldaProvidência você também

Irmã Ana Paula Batista Benvinda

Diário 10: Irmã Nelcy e o chamado de Deus

São muitas as oportunidades, no dia a dia que Deus nos oferece para fazer o bem. 

Sou Nelcy Teresinha Zwirtes, nascida em Estrela e moro em Encruzilhada. Com 16 anos sai de casa e fui morar em Arroio do Meio no Colégio São Miguel, pois senti que Deus me chamou para ser Irmã da Divina Providência.

Hoje, com mais de 50 anos de vida religiosa, me sinto feliz por Deus me ter escolhido como Irmã. Entendo que a experiência me mostrou e fez experimentar Deus que cuida e protege.  Ele é presença constante na vida das pessoas. É Providência, é ternura, amor, carinho. “Eu estarei sempre com vocês” falou Jesus.  Vivo com esta confiança e tento transmitir e testemunhar esta fé junto às pessoas, através de gestos de carinho, de atenção e de ajuda às pessoas que precisam de mim. 

Há um tempo, pela manhã, ao terminar a oração da comunidade, abri a porta de casa e vi que a vizinha precisava de ajuda. Queria um táxi para ir ao hospital, pois estava em dores de parto e o marido já tinha saído para o trabalho. Fui socorrê-la. Peguei o carro e a levei para o hospital. A criança nasceu e é uma menina linda e feliz. A mãe continua nos dizendo que fui uma salvação, providência para a família e nos é muito agradecida. De fato, reconheço que fui sinal da Providência para mãe e a sua filha Evelin que nos ama e partilha conosco seu sorriso lindo.

Assim, procuro ser presença e sinal da Providência na vida das pessoas. E são muitas! Faço gestos de amor,  de atenção e de apoio. Me sinto muito feliz e desejo convidar você para fazer a experiência de Ser Sinal da Providência na vida das pessoas que caminham com você.

 

Que Deus nos abençoe e proteja!

Irmã Nelcy Zwirtes

Confira algumas fotos do trabalho de Irmã Nelcy

Diário 09: Irmã Nazaré da Silva e a missão na Bahia

O amor de Deus se revela aos que sabem ser humildes

Durante quinze dias, as Junioristas da América Latina. As Irmãs Martha, Elis, Viviane, Ingrid, Josileide, Vanessa, Ana Rakel, Cleomar e as Formadoras Maria Eloni e Joana, se reuniram na Cidade de Novo Triunfo, na Bahia, para realizar uma bela e profunda Missão com o povo de Deus.

Eu volto para minha Comunidade cheia de novas experiências de vida e fortalecida pelas luzes do Espírito Santo. Agradeço a oportunidade de entrar na casa de muitas famílias. Entrar na vida de tantas pessoas significou muito para mim. O exercício da escuta com a atenção a história de vida de cada um possibilitou não somente admiração pela força para enfrentar as dificuldades, mas também a descoberta da ação de Deus na vida de cada pessoa e luz para o meu chamado Vocacional.

O testemunho dos animadores (as) das comunidades deixaram marcas de Fé, Confiança e Esperança em Deus Providência.
Em cada visita fui tomada por um sentimento único, por vezes, apesar das inúmeras dificuldades, encontrei sorrisos largos que me fizeram dizer uma frase tão dita “é fácil ser feliz”.

Em outros momentos, me emocionei junto aqueles(as) que nas partilhas de suas angústias viam uma oportunidade de falar de suas dores e sonhos. Emprestei meus ouvidos e coração para acolher. Mais do que ensinar, creio que aprendi com o jeito simples do povo.

Essa missão representou um grande desprendimento de muitas coisas que carregava. Fez com que eu deixasse em casa todos os meus caprichos, confortos e passasse a viver com os que me acolheram. Me senti uma verdadeira Irmã da Divina Providência Missionária, estar com eles/elas, vivendo em compartilhando do que era oferecido.

Precisamos ser apaixonados por Jesus Cristo e mostrar esta paixão às outras pessoas com a vida, as palavras e o testemunho. O tema “Batizados e Enviados” fez, justamente, esse convite: que cada cristão viva a missão no seu trabalho, na Igreja, mas também na sua realidade de vida e no seu cotidiano.

O amor de Deus se revela aos que sabem ser humildes e pequenos, no sorriso das crianças, no tímido jeito de ser da juventude no primeiro contato, na afetuosa acolhida das famílias, nas histórias dos mais experientes, nas danças culturais da região, na convivência e acolhidas dos padres Mário e Léo. Em nenhum momento senti desamparada, pois sem dúvida, o Espírito Santo é o protagonista da missão. Durante as visitas nas famílias e nas celebrações entre as comunidades os jovens marcaram presença conosco.

Houve também o retiro dos Crisma dos da Paróquia São Pedro, com o tema: “Vocação um chamado de Deus e resposta cristã”. O retiro teve como objetivo contribuir para o processo de fortalecimento espiritual da juventude. Os jovens retirantes tiveram durante a manhã, a oportunidade de fazer uma profunda experiência de oração pessoal, de meditação sobre a Palavra de Deus e de revisão do seu projeto de vida.

Outro momento marcante foi a caminhada e encenação dos Discípulos de Emaús. Jesus se aproxima e se coloca ao lado deles. Caminha com eles. Respeita o ritmo deles. Não invade sua privacidade, apesar de eles mostrarem sinais de fraqueza, limitações e fragilidade. Permite que eles sejam sinceros na sua expressão (és o único que não sabe disso…); deixa-os que esvaziem seu coração… só depois toma a palavra. O encontro dos dois com o Ressuscitado os fez tomar consciência de onde estavam naquele momento e que precisavam voltar ao encanto e à paixão da experiência do discipulado.

Bendigo a Deus, pelos sinais de vida que me proporcionaram esta experiência de missão inserida no coração deste povo.

Meus agradecimentos as Irmãs Lurdes, Imelda e Nilva da Província Santíssima Trindade de Curitiba que nos acolheram com muito carinho, apoio fraterno e ajuda no meu crescimento pessoal.

Gratidão a Deus pela Congregação das Irmãs da Divina Providência, à Província Coração de Jesus de Florianópolis-SC e a Comunidade a qual faço parte. A todas as Irmãs que nos acompanharam pelos meios de comunicação, que direto ou indiretamente estiveram em missão conosco, mas, sobretudo pela oração, a vocês, meu cordial abraço. Que Deus proteja a todas.

Irmã Maria de Nazaré da Silva.