Mês: agosto 2020

Diário 21: Lusleidy Mendoza Espinoza

”A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. (João 6, 68).

Meu nome é Lusleidy Mendoza Espinoza, tenho 20 anos. Sou de Riberalta/Bolívia e nasci no dia 26 de outubro de 1999. Meus pais se chamam Nelson Mendoza Maita e Ana Espinoza Torrez. Tenho dois irmãos e duas irmãs, sou a casula dos quatro. Antes de morar com as Irmãs, ajudava meus pais nos afazeres da casa e colaborava com minha mãe na venda da chicha.

Um dia, minha mãe me perguntou se eu queria acompanhar a coordenadora de nossa Igreja em um curso de liturgia. Como os outros jovens não queriam ir, me dispôs para ir junto, para aprender a ser comentarista nas celebrações. Minha mãe sempre partilhava que os cursos eram bons e ela dizia que se aprende muito de Deus. Então, comecei a ir junto com a coordenadora da comunidade nestes cursos. Gostava muito de ser comentarista, participei de vários encontros de liturgia e meu desejo era aprender a fazer celebrações da Palavra. Isso me animava muito.

Um dia minha irmã mais velha, partilhou que ela tinha ido ao Santuário da Virgem de Guadalupe. Isso despertou em mim a curiosidade de conhecer este lugar. Minha mãe e eu começamos a participar aos domingos da missa no Santuário.

No dia 11 de janeiro de 2020, minha mãe me perguntou se eu desejaria ir à missa na capela de Martin de Porres. Ela me disse: “ao sairmos de lá passamos no Santuário”.  Aquele dia foi incrível, tinha muita vontade de ir à missa. Quando chegamos no Santuário tinha pouca gente. Então, ascendemos velas, nos sentamos e começamos a rezar, enquanto esperávamos o Padre. A encarregada do Santuário nos pediu paciência, pois, o Padre estava a caminho.

Enquanto esperávamos, vejo uma catequista cantando. Então falei para minha mãe: “Eu admiro ela! Está cantando na missa”. Então, ela se apresentou à comunidade dizendo que era a Ir. Vanesa, das Irmã da Divina Providência. Ela falou da Providencia de Deus, contou que era natural de Riberalta, e que estava de férias. Chamou-me ainda mais atenção, quando ela disse: “Sou uma entre vocês, estou muito feliz por estar aqui junto com todo o Povo de Deus, isso me lembra das minhas raízes”.

Durante a missa eu notava que ela me olhava. Eu também olhava para ela e entre nós duas havia uma empatia. No momento do abraço da paz, ela se aproximou de mim e dos meus pais. Ao me cumprimentar, ela olhou para mim sorrindo, e me perguntou: “Você é solteira”? Eu respondi que sim. “Quantos anos você tem”? Logo respondi: “20 anos”.  E assim, ela continuou desejando a paz para as outras pessoas.

Depois perguntei para minha mãe: “mãe, o que a Irmã queria dizer”? Minha mãe falou que ela perguntou se eu queria ser Irmã. Eu fiquei com essa pergunta na minha cabeça e olhava para ela e ela continuava me olhando também. Então, eu perguntei para minha mãe: “mãe o que significa ser Irmã”? Ela me disse: “Não sei, mas, surpreende-te! Então, eu disse que queria ser Irmã! Estava com muita vontade de aprender a fazer celebrações, tinha curiosidades em saber como era ser Irmã e queria saber como se chega a ser uma Irmã Religiosa! Tinha vontade de preguntar tudo isso para a Irmã Vanessa, mas, tive medo e vergonha para perguntar.

Terminando a missa, perguntei para minha mãe se ela poderia fazer algumas perguntas para a Ir. Vanessa. Ela me disse: “Eu sou a interessada”? Ir. Vanesa tirava fotos com outras pessoas e eu a convidei para ir à minha comunidade e fazer uma Celebração. Estava inquieta com a pergunta que a ela tinha feito. Ela respondeu às minhas perguntas de maneira bem simples, mas, eu não entendi muito bem. Só que dentro de mim, meu coração palpitava forte ao dizer: “Sim, eu quero ser Irmã”.

Assim, trocamos nosso número de telefone e Ir. Vanesa me disse: “Você, é uma linda jovem e vejo em teus olhos uma busca de querer seguir a Deus e Ele quer algo contigo. Pensa bem, com calma e escolhe o caminho da felicidade. Vamos fazer uma coisa, te dou meu número de celular, se você realmente quer escolher a Vida Religiosa Consagrada em sua vida e responder Sim a Deus, me liga e diz que quer”. Assim, comecei uma grande aventura de acompanhamento vocacional com as Irmãs.

Agradeço a Deus por tê-la conhecido! Agora estou na Congregação das Irmãs da Divina Providência, na etapa do Aspirantado. Cada dia me abandono nas Mãos de Deus e digo Sim ao chamado Dele. Sei que não é fácil, mas, me recordo da citação bíblica que  Ir. Vanesa me falou naquele dia, no Santuário, onde nos conhecemos: “para Deus nada é impossível”. (Lucas 1, 37)

AQUI ESTOU, deixando-me modelar pelo Jesus Cristo!

Diário 20: Formanda Kiara Velardes Sánchez

MEU CHAMADO VOCACIONAL
“EM BUSCA DA VERDADEIRA FELICIDADE”

“Vinde a mim, todos os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11,28)

Olá! meu nome é Kiara Velardes Sánchez, tenho 27 anos. Meus pais são: Marco Antonio e Janeth, somos em seis filhos: cinco homes e uma mulher.  Minha família mora no bairro o Cerrito, que fica na zona sul da cidade de Riberalta- capital da Amazônia Boliviana. Minha família é de condição humilde e simples. Deus continua chamando! E ele chama de diversas maneiras, quero na alegria e simplicidade compartilhar com vocês como Deus Providente me chamou. Meu chamado vocacional foi assim: O primeiro sinal do meu chamado onde percebi a mão de Deus Providente foi durante a missa, da minha primeira comunhão quando alguém salmodiava o salmo, senti algo impressionante, senti a presença de Deus pela primeira vez, e foi maravilhoso senti-me amada por Ele. Desde aquele dia fiquei entusiasmada e comecei a participar ativamente na comunidade Nossa Senhora do Rosário, participando nos cantos, salmos, leituras, depois como ministra da palavra, e missionaria.
Durante esse período da minha vida recebei vários convites para ser Irmã Religiosa, para participar de encontros vocacionais porem não me chamava a atenção, e não ia aos encontros. Outro sinal forte foi durante o VCAM, (Quinto Congresso Americano Missionário.) A minha mente se abriu, e fiquei cheia de perguntas, já que sentia que tudo o que tinha feito era um nada, era um pequeno grão de areia no meio do mar, tudo isso pelo conteúdo, palestras, temáticas, discursos e durante todo o congresso em geral mexeu comigo, me deixo com perguntas sem respostas, com necessidade de algo mais, então não sabia o que. Só sei que foi Divino, “Foi a experiência vivida, que me levou a seguir experimentando e não parar”.

Ao retornar a Riberalta ainda movida pela experiência feita no congresso, senti vontade de ir à missa na catedral na quarta feira, minha mãe ficou muito surpreendida, já que eu não era de participar da missa durante a semana ainda mais na catedral, porem era o Senhor que me chamava para ir ao seu encontro, agora sei que era Ele quem me chamava e me movia. A missa era um tríduo em preparação aos votos perpétuos das Irmãs Becky e Angela, aquilo me chamou muito a atenção.
No último dia do tríduo elas contaram seus chamados vocacionais eu senti umas escalafrios dentro de mim, ao terminar a missa, logo saí de presa como fugindo de algo, e de repente escutei que alguém pronuncio meu nome: Kiara, era a voz de Deus, que me chamou pelo meu nome, era Ele, que falou a traves da Irmã Círia, me olhou e sorriu, e diz para mim, “E estado observando você e vejo que esta inquieta, por isso vou apresentar-te para a provincial, para que sejas acompanhada queres? ”. Aquilo foi para mim algo que me fez estremecer, foi uma sensação profunda. Desde aquele momento aceitei ser vocacionada das Irmãs da Divina Providência.

O dia dos votos perpétuos das Irmãs Becky e Angela, foi uma noite magica, foi um êxtase total para mim, foi cheia de emoção, já que os rostos das Irmãs irradiavam, estavam totalmente iluminados de alegria, o que elas sentiam era algo incrível na qual eu falava para mim, quero sentir e viver essa felicidade plena e real, esse foi para mim o sinal claro de que Deus me chamava para algo maior.
Então comece meu acompanhamento vocacional com a Irmã Fátima, ela despertou em mim um pouco mais esse desejo de ser Irmã da Divina Providência, no ano 2018 e 2019 eu fiz três experiências no Brasil. Irmã Fatima falou assim: Kiara tenho uma proposta para você, te animas deixar teu país ir para o Brasil, e fazer uma experiência? …. Eu me senti desafiada, já que nunca havia saído da Bolívia, não sabia português, e estar longe de minha família era um verdadeiro desafio, a pesar disso eu diz que SIM, me animei e comece minha aventura nesta caminhada, não foi fácil, foi difícil, se tem saudade da família, da comida, o idioma, tudo-tudo mais Deus vai dando forças para poder superar os desafios na caminhada.
Com o passar o tempo, ia crescendo em mim o desejo de conhecer cada vez mais a Vida Religiosa Consagrada. Após a experiência feita em Rondônia e motivada a continuar dar passos no itinerário vocacional, recebi mais uma proposta está vez é Curitiba, um novo desafio, mais tempo longe de casa, outro clima, outro ambiente, outro estilo de formação, trazendo muitas perguntas sobre minha vida e olhando que assumir este chamado não é fácil, mais com a força da Providencia de Deus estou aqui, Ele me chama e quero responder o chamado dizendo: “Aqui estou Senhor” com a força da tua Providencia seguirei esta caminhada com muita abertura, confiança e humildade e com o desejo de ser Irmã da Divina Providencia, porque sei que queres muito mais de mim, com coragem e esperança quero
seguir os caminhos de Deus.
Jovem não tenham medo de sonhar, buscar a felicidade verdadeira que vem de Deus, escuta o teu coração e responde a Deus com tua vida. Com carinho:
Pré-postulante das Irmãs da Divina Providência Kiara Velardes Sanchez.

Diário 19: História Vocacional de Ir. Lourdes Buttini

ERAS TU, PROVIDÊNCIA DIVINA ?!

…presente no luar cristalino, na noite de 20 de agosto de 1940, quando os pais Elisa e Alfredo João me colocaram dentro da vida. Na pia batismal, já no mês de setembro do mesmo ano, ali Estavas quando na luz da fé dos pais e padrinhos olhaste em meus olhos e me chamaste Lourdes, enquanto tatuavas meu nome na palma da tua mão. Num ambiente de fé e oração, vivi os primeiros anos no sacrário da natureza exuberante e, na inocência rezava: “Ave Êie, cheia de graça” por não conseguir pronunciar o nome de Maria. Aos 7 anos, recebia a unção do Espírito Santo, pelo sacramento do Crisma e lá estavas derramando amor no coração, enquanto me preparavas para uma vida de fé e testemunho.

Era também tua presença, espargindo magia nas noites de Natal, quando o céu se unia à terra trazendo ternura e encantamento. Ao ir à capela do vilarejo me Ensinaste a rezar no exemplo do pai, que se ajoelhava reverente, com os olhos fixos no altar, permanecia em silencioso, em oração…então me ajoelhava também e rezava. Em noites de luar eras presente , nos passos trôpegos do pai cansado, rezando os 12 Pai nossos da Ordem Terceira franciscana, na calçada, em frente da casa.. Quem era, senão Tu? Na preocupação piedosa da mãe em ensinar o catecismo que me preparava para a 1ª Comunhão. Permanecias ao meu lado nas tardes nostálgicas de Domingo quando a mãe me envolvia no sagrado, cantando prolongadas Loas. Com certeza estavas presente na decisão do pai em adquirir livros de santos que fortaleciam sonhos de algo maior, com mais sentido pra vida.

Estavas, também na fascinação das histórias narradas com emoção pela mãe sobre vestições no convento de Garibaldi. Enchia-me de misterioso encantamento pela VRC e repetia no segredo do coração: ”Quero ser esposa de Jesus”! Estavas ao meu lado, posso assegurar, quando aos 8 anos, do sobrado da casa encarreguei o vento para Te entregar um sigiloso bilhete que falava do desejo de ser tua “esposa”.: inteiramente tua. Quanta emoção e certeza! A ideia me fascinava…Na graça do chamado à VRC que evocara desde cedo no silêncio do coração Tu me amavas sem te compreender. Queria Te seguir! Com certeza eras Tu que querias em mim.. No juvenato quantas saudades na adaptação e por que não desistir? Por quê? Donde veio tanta força e convicção? Sem dúvida, eras Tu- Providência divina, me tomando pela mão- sem que olhasse para trás. Na vestição quanto enlevo ao pronunciar “sou esposa Daquele a quem o sol e a lua servem…”! E quando na Vida Religiosa, adentro, imersa na realidade do tempo, ouvi Teus clamores na voz dos oprimidos e” nunca mais pude olhar o mundo sem sentir aquilo que JESUS sentia…”Eis-me aqui, Providência Divina”.

Ir. Lourdes Buttini

Diário 18: Diário da Formanda Raquel Romero Gill

“O Senhor me ama, protege, sustenta e conduz. Estou segura em suas mãos” (cf. Jr 1,1-7; Sl 36,7; Jn 10, 27; 2Ts 3,3)

Olá, sou Raquel Romero Gill, sou paraguaia, venho de uma família humilde e simples, filha de Félix e Elida, sou a mais velha de cinco irmãos; uma mulher e quatro homens. Vou compartilhar com vocês, de forma simples, meu chamado vocacional.

Meu chamado vocacional é marcado por vários acontecimentos, nos quais, o que ensinaram na infância, tem muito a ver com isso. Como a minha comunidade era pequena e longe da Paróquia, tínhamos um oratório/capela na Comunidade. Sempre gostei de participar muito e com muita alegria das missas, pois eram pouquíssimas as vezes que tínhamos essa graça.

Com meus pais, aprendi valores evangélicos. Com meu avô aprendi a amar e a ter devoção à Virgen de Caacupé, a quem todos chamamos carinhosamente de Virgencinha India de Caacupé. Depois, fui criando meus sonhos, como toda menina criada na minha terra, naquela época terminando o Ensino Médio, me preparei para cursar a faculdade e para o matrimônio.

O tempo foi passando, o estudo, os contratempos da juventude e o namoro, foram distanciando-me pouco a pouco da Igreja e de Deus. As pessoas diziam que casar-se e estudar era a realização de uma mulher, mas não me sentia completa, sentia que algo faltava para me sentir realizada.

Voltei para casa e tive que deixar a faculdade de Medicina, foi muito dolorido para mim, mas procurando um pouco de luz, fui me aproximando da Igreja novamente. Ajudando na capela da minha comunidade, participei de retiros, percorria 30 quilômetros para participar da Missa uma vez por semana, participei de círculos de orações, comecei a estudar Pedagogia, e tudo era lindo, mas ainda faltava algo que eu não sabia explicar. Cada encontro, em cada reflexão, cada convite de servir a Jesus e aos outros parecia ser dirigido a mim, e foi então que  comecei a me dedicar mais à Igreja, como catequista, daí passei a acompanhar de perto tudo o que se relacionava  com a Paróquia.

A inquietação ficou mais forte, quando em um retiro, uma Religiosa de uma Congregação da Argentina, respondendo perguntas de vários jovens, fixou seu olhar nos meus olhos e disse; “Você tem muito amor para compartilhar, compartilha-o”. Depois de um tempo comecei a pesquisar sobre as Congregações. Em uma maratona, organizada em minha Paróquia, que pedi orientação para um Padre. No dia da sua Ordenação, ele me apresentou às Irmãs da Divina Providência, com as quais me encantei pelo carisma e pelo jeito como eram, pela simplicidade, pela alegria, pela confiança, e como elevavam a sua voz para denunciar a injustiça e anunciar a Boa Nova. Isso me deixava cativada, porém, vieram as perguntas: será que vou conseguir deixar minha família e minha terra? Uma parte de mim fugia, mas Deus sempre me aproximava de novo. Em 2017, falei com às Irmãs que queria dar mais um passo. Quando estava preparando meus pais para comunicar-lhes sobre a minha opção, minha mãe teve um pré-infarto e demorou uns quinze dias para se recuperar. Nesse momento, meu pai piorou de saúde, ficou um ano acamado, e a possibilidade de ir com as Irmãs teve que esperar. Em 2018, meu pai começou a melhorar. Da cadeira de rodas, passou a usar andador, depois, passou a usar bengala e isso me deu coragem novamente. Durante todo esse tempo as Irmãs estiveram presentes.

Tive uma oferta de trabalho para lecionar em uma escola e tinha que dar uma resposta no final de janeiro de 2019. Isso me deixou dividida. Foi numa noite em que meu irmão mais novo estava muito mal, entre orar, silenciar e refletir sobre isso, pedi para ir morar com as Irmãs para dar mais um passo. E em fevereiro do mesmo ano, cheguei à casa das Irmãs da Divina Providência.

Morando com as Irmãs, tive a graça de poder trabalhar e aprender de perto o que é ser Irmã, com a orientação da Irmã Bartola. Trabalhamos com jovens, com os povos nativos e na luta pela justiça junto aos mais oprimidos. Mesmo com as dificuldades, sinti-me realizada. Em outubro do mesmo ano, deixei meu País para discernir melhor minha vocação e dei o próximo passo para conhecer e me aproximar cada dia mais daquele que me viu quando ninguém via.

No dia 15 de fevereiro, cheguei a Porto Alegre/RS. Não foi fácil deixar minha família, meu País, minha língua, meus costumes e amigos. Não poderia sozinha, mas, sabendo e sentindo que Deus nos ama, nos conduz, nos forma como um vaso nas mãos do oleiro.

As Irmãs da Divina Providência são Sinais da Providência. Dão-me coragem para dizer: “Aqui estou Senhor, com grande amor abandonando-me em suas mãos”. Que a tua Providência conduza a minha vida nos Teus caminhos. Abro meu coração para que Deus possa me inundar da Sua luz, e que minha vida cotidiana possa ser um sinal de Deus para os tristes e oprimidos. “Quando os anos passarem, meus passos não avanzarem, em Tuas mãos me refugio para contigo caminhar”.

O chamado de Deus é um chamado de amor! Ele está chamando você! Não tenha medo. Com Sua Providência, Ele te guiará e cuidará de você e te encherá de felicidade. Você não estará só, Ele está sempre de mãos abertas para nos receber .

 

Com abraço fraterno. Raquel Romero Gill.

Aspirante das Irmãs da Divina Providência.

Diário 17: História Vocacional Pré-Postulante Caudência Celestino.

“Frase força: Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” Mt 16,24

      Olá meu nome é Caudência Celestino, natural de Moçambique/ África, pertenço a uma família simples e numerosa, somos em sete,
quatros homens e três mulheres, sou apoiada pela minha família e as mesma se alegram na minha escolha vocacional. Quero de forma
simples compartilhar o meu chamado com vocês. Como aconteceu? Foi quando eu tinha treze anos participava de um grupo de coral,
num dos ensaios, quando eu estava de regresso para casa, aquela noite a lua estava bela e clara, então me chamou muito atenção na
qual eu parei e contemplei extasiei por alguns instantes, no meio da lua tinha uma imagem e essa imagem era de Maria ela estava vestida
de véu era uma imagem luzente eu falava emocionada para minhas colegas que eu queria ser igual a ela, no momento parecia ser
brincadeira mas não era, este foi o primeiro sinal de Deus.

        O segundo sinal de Deus, foi através do meu tio Paulo Jonase, sempre ele falava, Caudência você não quer ser Irmã? Você pode ser o
exemplo da família, eu respondia que não, muitas vezes escutei esta provocação, mas eu não dava muita importância. Em 2014, fui morar no lar das Irmãs da Divina Providência, gostava de estudar e aproveitava bem o espaço, mesmo vivendo perto das Irmãs
nunca teve a ideia de ser Irmã. Após dois anos de estudos no lar, em 2016, tive a curiosidade de ir na casa das Irmãs onde encontrei Irmã
Luzia trabalhando na horta, ela me chamou dizendo: Caudência você não quer ser vocacionada nossa? Eu prontamente respondi que não.
Daí ela me perguntou você quer casar? Eu disse que sim.

As palavras de Irmã Luzia me deixaram inquieta, chegou à noite me deitei para dormir, mais cadê o sono não tinha sono, só pensava
aquilo que Irmã me tinha perguntado, e da resposta que eu tinha dado, será mesmo eu quero ter marido? Será que tendo marido eu
serei feliz? Sei que aquela noite não consegui dormir, foi a noite das perguntas e da resposta. No dia seguinte voltei de novo para casa das Irmãs, assim que cheguei falei para irmã eu quero ser vocacionada, elas prontamente me acolheram com alegria e no mesmo ano comecei o acompanhamento Vocacional na Congregação das Irmãs da Divina Providência.

          Após ter caminhado o ano inteiro elas me perguntaram como eu estava me sentindo, expressei meu desejo de seguir em frente, então vim morar na casa das irmãs.  Em 2018 fui morar em Nampula, na casa de formação para dar continuidade a minha caminhada, no final de 2019, recebi uma surpreendente noticia ao mesmo tempo desafiadora, a proposta de vir para o Brasil em 2020, meu coração disparou de alegria e ao mesmo tempo nasce o questionamento e agora deixar meu país minha família tudo? Então Irmã Celéria me perguntou; Caudência você quer mesmo dar continuidade no processo vocacional no seguimento de Jesus Cristo? Eu respondi sim quero Irmã. Deixar família não é fácil, mais quando Deus chama Ele dá força, coragem, animo e fé, para poder seguir o projeto de Deus. Jovem o chamado de Deus é divino e ele Continua chamando, não tenha medo de conhecer Jesus em tua vida, abre teu coração e entrega teus sonhos, tuas buscas teus anseios, não desista de encontrar a felicidade em Deus. Deixa que a Mão do Deus Providente te conduza.

Com alegria e Carinho:
Pré-Postulante Caudência Celestino.