Categoria: Mensageira/o da Divina Providência

Diário 27: Terezinha Junges como Mensageira da Divina Providência

A vida é um constante aprendizado

“O segredo é saber aceitar e ser feliz com a vida que se tem sem nunca desistir de lutar pelos seus sonhos .”

 

Sou Teresinha Maria Junges, filha de Otto e Maria Catarina Junges. Sou natural de Linha Coqueiro – Itapiranga/SC.

A maior paixão na vida e o que me motiva cada dia é ajudar ao próximo. Gosto de escrever e lembrar as coisas boas e dificuldades passadas na vida.

Estudei na comunidade São Vendelino, da LInha Coqueiro até quarta série. Aos dezoito anos comecei a trabalhar na casa do professor, cuidar de crianças para que eles pudessem estudar. Em 1981 sai da comunidade, para trabalhar no Hospital Sagrada Família, de Itapiranga/SC, das Irmãs da Divina Providência. Na época a diretora de Enfermagem era Ir. Therezinha Gregory. Fiz curso de Atendente de Enfermagem e trabalhava de tudo um pouco. Tempo bom de aprendizado e grandes desafios para a vida. Encerrei meu ciclo de atividades ali em Itapiranga, em dezembro de 1985. Em janeiro 1986 vim com Ir.Maria Cecília Koerbes, para Porto Alegre. Tudo novo! Mal sabia falar o português, mas como meu objetivo era fazer um curso de massoterapeuta e voltar para Itapiranga, segui em frente com novos desafios e metas. Dias difíceis, sem conhecer pessoas, morar numa capital, porém com a ajuda das Irmãs consegui enfrentar e me acostumar a novas rotinas.

As Irmãs que se empenharam muito por mim Ir. Maria Cecilia Koerbes, Ir. Julita Hammes e Ir. Angélica Junges, que iam comigo nos lugares e ensinavam os caminhos. Comecei a trabalhar no Centro Cirúrgico no Hospital Divina Providência, sob os cuidados da Ir. Cecilia. Naquele mesmo ano iria fazer curso de massoterapia. Para fazer este curso já tinha que ter segundo grau completo, e eu não tinha. Frustração, desânimo e vontade de largar tudo. Porém, no segundo mês faltou funcionário para instrumentação e Ir. Cecilia me chamou para eu assumir esta tarefa. Inclusive me orientou como me arrumar para entrar na sala e ajudar na cirurgia. No final da primeira cirurgia o cirurgião chamou a Ir. Cecilia e falou:- “A partir de hoje a Teresinha será a minha auxiliar na sala de cirurgia”. E assim foi. Fiz curso de instrumentação cirúrgica, e em seguida Curso de auxiliar de enfermagem. Completei o segundo grau em meio ano e em seguida fiz vestibular para Enfermagem. Novos desafios me aguardavam.

Durante o exercício da vida profissional tive muitas alegrias, desafios e tristezas. O que mais me marcou foi o falecimento de uma criança. Então a coordenadora enfermeira Ir Lídia Melz, mesmo ainda não sendo enfermeira formada, sempre me indicava. Enfrentei o primeiro episódio com a morte de um paciente. Questionei a Irmã Lúcia Specht : – Porque aconteceu isso comigo? Então ela me sugeriu mudar o questionamento: “Para que aconteceu isto comigo?”

A professora Herta falou na sala de aula: “acima de nós temos um Deus que nos governa”. Assim aos poucos fui me acostumando a nova realidade. Outro episódio foi quando for Lídia teve um Câncer. Parecia o fim, mas assumi como uma realidade, acreditando na Providência de Deus no meio do povo, que vem em busca de cura e suas preces são ouvidas. Outra experiência foi uma Cirurgia cardíaca de um paciente que entrou no centro cirúrgico cianótico, sem força para conversar. O procedimento teve duração de oito horas, com final feliz. Ele saiu da sala acordado e conversando. Mais uma vez uma prova da ação da Providência Divina.

Tornei-me enfermeira em 1995, com muito orgulho, sempre trabalhando em prol do próximo. Em 1997, após algum tempo de namoro com Almério Ogliari, com a presença de familiares e amigos, fizemos o nosso casamento onde fomos abençoados pela Divina Providência. Como na vida há um tempo para tudo, encerrei com muita gratidão, as atividades no Hospital Divina Providência, em dezembro de 2009, com a chefia de enfermagem de Ir Ilani Maria Reis e coordenadora do Centro Cirúrgico a Ir. Glaci Teresinha Willers.

Em 2010 Irmã Elise Sehnem me convidou para fazer parte do grupo dos Mensageiros da Divina Providência. Fez-me bem e continuo cultivando a espiritualidade da Divina Providência, exercendo a missão com muita alegria até os dias de hoje. Desde então acompanho o grupo de Mensageiras/os da Divina Providência, da Vila Tronco – Bairro Santa Teresa, aqui em Porto Alegre/RS. São pessoas muito humildes, mas com um coração generoso, auxiliando da forma simples na Paróquia e Capela Santa Luzia. Realizamos visita aos doentes e atuamos na Pastoral da Criança.

Em 2011 assumi um serviço voluntário, como enfermeira técnica, no Asilo Vicentino da Vila 2, que está sob os cuidados das Irmãs da Divina Providência. Ali estou exercendo esta missão até os dias atuais. Tive a honra de conhecer e visitar Műnster, Alemanha, onde teve início a vida e trajetória de Padre Eduardo Michelis – Fundador da Congregação das Irmãs da Divina Providência e onde fica até hoje a Sede Geral da Congregação. Fui acompanhada de meu esposo Almério Luiz Ogliari e Irmã Glaci Willers. Fomos recebidos com muita alegria pela Comunidade do Generalato e nos acompanharam nas visitas a Coordenadora Geral da época Ir. Lurdes Luke e as Irmãs brasileiras que estavam lá: Imelda Bieger, Maria Helena Lorscheiter e Aline Ody. Foi uma linda e inesquecível experiência.

Em 2020 em plena Pandemia da COVID – 19, fui acometida de uma doença com muita febre e internada no Hospital Divina Providência. Fiz vários exames e com resultados negativos. Após sete dias tive alta sem diagnóstico, mas confiante na Providência de Deus e na Mãe da Providência. Hoje, com saúde recuperada continuo exercendo as atividades normais de cada dia. Meu coração está imensamente agradecido à Divina Providência, que sempre me manteve firme na fé e na esperança.

Saúdo a todas/os que lerem este meu Diário, com o desejo que Deus em Sua Providência as e os abençoe.

Teresinha Maria Junges

 

Diário 25: Partilha dos leigos Marilyn Galarza e Diego Martinez

Como vão irmãos e irmãs? Meu nome é Marilyn Galarza. Participo da paróquia do Sagrado Coração de Jesus e Maria, aqui em Santa Cruz, Bolívia. Quero contar um pouco da minha experiência com o grupo de leigos da Divina Providência.

Para mim é uma coisa linda, que Deus chame as pessoas para participarem dessa Congregação e do grupo de leigos da Divina Providência. No começo, eu não entendia muito o objetivo dos encontros, mas com o passar dos encontros e participações, comecei a gostar da dinâmica   que às Irmãs usavam. Especialmente, para que nos sintamos motivados.

Tem sido uma experiência linda e marcante, enfatizo fortemente que nos aproximamos de Deus, torna minha família mais unida e isso nos permitiu ter um relacionamento melhor como casal. Vivenciamos encontros fortes para amar a Deus e nossa família e tudo isso tem permitido que nossa fé fique mais forte.

Estou feliz por participar do grupo de leigos da Divina Providência. Alegro-me que as Irmãs continuem a apoiar-nos e também ajudar e colaborar para fazer crescer a nossa fé todos os dias.  Estou feliz por continuarmos a nos encontrar, essa é a fé que devemos ter como irmãos, para a seguir em frente.

Agradeço muito também a oportunidade de alegria compartilhar essa experiência com vocês.

Meu nome é Diego Martinez, pertenço a paróquia Sagrado Coração de Jesus e Maria. Quero falar um pouco das Irmãs da Divina Providência desde a chegada delas aqui em nosso País, vindas do Brasil. Desde a chegada delas, elas têm sido muito dinâmicas e com muita vontade de ensinar-nos o que é medicina natural. Hoje, continuam espalhando seus ensinamentos, de maneira especial, para os mais  pobres. Elas buscam atendê-los com remédios, para ajudá-los a se recuperar de suas doenças físicas.

Elas estão formado muitos grupos, para que este trabalho continue a dar esperança a muitas pessoas. Tive a oportunidade de participar do grupo dos leigos da Divina Providência e é claro que gostei muito. Elas nos contam suas histórias como missionárias, histórias da Congregação, mas também nos contaram sobre Deus e nos aproximaram de Deus. Em nossa vida, fortaleceu nossa espiritualidade, pois, temos um Deus que cuida de nós e nos protege.

Portanto, agradecemos a Deus pelas Irmãs da Divina Providência, pelo seu esforço e dedicação. Algumas já partiram, mas eu digo que foram para o céu porque trabalharam para Deus. Que Deus sempre as abençoe e ilumine sempre.

Diário 15: a mensageira Marlise Ritter

Recomeço guiado pela Providência!

Bem, para iniciar, vou me apresentar rapidamente. Sou Marlise Ritter, natural de Itapiranga/SC, atualmente morando em São João d’Oeste/SC. Tenho 51 anos, sou casada com José Afonso Schneider e mãe do Daniel Augusto de 15 anos. Há poucos meses, ouvindo o meu coração, tomei uma decisão muito importante e desafiadora, que mudou completamente toda a minha vida e da minha família. Deixei para trás o trabalho profissional, de longos anos junto às Irmãs da Divina Providência, uma presença e atuação na vida da Igreja no RS, em Porto Alegre, amigas e amigos, grupos de convivência e trabalho e muito mais, e me mudei para São João do Oeste/SC, juntamente com minha família para assumir uma causa, ou seja: o cuidado de meus pais idosos e doentes. Não sabia o que me esperava, mas fui confiante na Providência e com muita coragem. A minha grande paixão é, sabendo-me amada e conduzida por Deus Providência, fazer a vida valer a pena, gastar-me fazendo o bem, servindo, vivendo o Evangelho na sua radicalidade, no seguimento a Jesus Cristo como Leiga comprometida na Família, na Igreja, e na Sociedade, sendo Sal da terra, Luz do mundo e Fermento na massa.
O que realmente me levou a tomar essa decisão foi a VIDA da mãe Laura com 84 anos e do pai Ivo com 86 anos. A mãe estava muito fragilizada e o pedido de socorro comoveu meu coração. Ela foi acometida de um AVC em agosto de 2017 e em decorrência, teve perda de parte da memória e já há um ano estava acamada. O pai com depressão há vários anos e diagnosticado com câncer na próstata. Desde então, nenhum momento de sossego em minha vida. Todas as vezes em que os encontrava, meu coração ficava mais apertado. Eu tinha o desejo de poder dar o meu melhor, ou seja, o cuidado e o amor e carinho que necessitavam para viver com dignidade e qualidade. Mas como isso poderia acontecer se eu morava em Porto Alegre com minha família, uma vida organizada e com tantos trabalhos, planos e apelos pela frente?
Procurei em Deus a consolação e a orientação e encontrei alento na oração que intensifiquei dia após dia com muita fé e esperança de que Deus jamais abandona quem a Ele se confia. Eu não sabia como, quando, onde e de que maneira isso poderia acontecer, mas eu rezava e colocava no coração de Deus e da Mãe Maria a minha súplica, o meu pedido. “Que eu possa chegar em tempo para cuidar a minha mãe e o meu pai”. Cada dia procurava fazer tudo o que estava ao meu alcance na certeza de que Deus não iria me abandonar. E assim aconteceu.
Em meados de julho do corrente ano, meu esposo se desligou da Instituição em que trabalhava por longos anos, e essa notícia me deu esperança e certeza de que Deus Providência estava ouvindo o meu apelo. Assim sendo, não tive dúvidas, imediatamente conversei com as Irmãs da REDIPASC, Instituição que pertence às Irmãs da Divina Providência onde desenvolvi meu trabalho nos últimos anos na área administrativa e da formação, e expus minha situação. Irmãs Lucila, Lourdes e Justina já estavam acompanhando toda minha trajetória de preocupações e sofrimentos e logo entenderam minha situação e me apoiaram na decisão. Foi tudo muito rápido, em poucos dias foi necessário decidir muitas coisas e arregaçar as mangas para uma mudança. E que mudança! Não foi só a REDIPASC e as Irmãs da Divina Providência e as Mensageiras, Equipe Partilha de Carismas, Conselho Nacional do Laicato do Brasil, Regional Sul 3, que deixei para trás, mas todo um trabalho de Igreja, como Leiga, em diferentes frentes onde busquei viver a missão, o evangelho e tinha planos de realizar várias experiências e trabalhos junto à missão das Irmãs da Divina Providência e na Igreja do Rio Grande do Sul, do Brasil e do mundo.
Chegou, pois, a hora. O filho Daniel Augusto também teve sua participação, acolhendo com generosidade o meu desejo. Para ele não seria tão simples assim, trocar de escola no meio do ano, sair de uma Capital como Porto Alegre e morar no interior, uma cidadezinha com seis mil habitantes, deixar o CLJ da Paróquia Santo Inácio, entre outros. Confesso que Deus também cuidou e continua cuidando dele e de suas opções. Obrigada filho, você tem um coração generoso e é muito amado! Também a atitude amorosa de meu esposo, que me compreendeu, apoiou e continua me dando força e coragem no dia a dia.
O gesto do meu marido e do meu filho foram muito importantes nessa decisão, a fim de que o meu coração pudesse enfim ter paz. Para que eu pudesse me dedicar de corpo e alma à causa da vida, e vida em plenitude, de meus pais.
A minha vida realmente tem sentido em Deus Providência. Cada dia se confirma sempre mais essa certeza: de que sou filha amada da Providência e por Ela guiada, passo a passo. Nesse sentido, as escolhas que fui fazendo e em especial a última, são consequência desse amor incondicional.
Assim vem sendo a minha vida: vivida na dinâmica da Fé, não me pertence mais e sim, está nas Mãos Providentes e amorosas de Deus, que vai orientando e conduzindo. A minha fé confiante na Divina Providência e o amor incondicional têm guiado meus passos de forma consciente, seguindo o horizonte com a opção clara e definida: em defesa dos mais pobres e oprimidos em sua dignidade humana, pessoas mais fragilizados, abandonados, sem vez e sem voz. Sim, me identifico com esses que clamam por vida digna e por justiça.
Estar hoje cuidando de minha mãe e do meu pai é responder diariamente a essa opção que vivo, é assumir constantemente novos desafios e entregar tudo nas mãos Providentes de Deus. São quase três meses de dedicação exclusiva e cada dia é um presente de Deus, cada dia faço a oferta a Deus de nossas vidas e rezo pela minha conversão pessoal e pela unidade nas famílias e, especialmente, na nossa, pela saúde, pela paz, pela justiça e vida digna para todos.
A vida recebeu um novo sentido e percebo a ação de Deus Providência que vai me purificando e me moldando nessa caminhada. “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”, como diz São Paulo. E, como Maria, coloco-me na atitude de acolhida, “eis aqui a serva do Senhor, faça-se”!
Que Deus em sua Providência abençoe e ilumine a sua vida, a nossa vida e de todas as pessoas. Amém.
São João do Oeste, SC, novembro de 2019.
Marlise Ritter