Eduardo, o jovem poeta

ago 19, 2019

“Estarei a louvar o Senhor, nada quero senão seu amor”.

 

Eduardo como jovem sonhador, idealista e amante da arte usa o dom da poesia para expressar o que alimentava o coração, os sentimentos mais nobres de sua alma e as causas às quais deseja dedicar a sua vida. Ele escreve: “Estarei a louvar o Senhor, nada quero senão seu amor”.

“Seus temas de preferência versavam sobre a natureza, a amizade, a pátria, o ideal, a melancolia do Infinito. Revelava o que no momento povoava o seu interior, a transcendência, a saudade de Deus, o amor à Igreja, a profunda e terna devoção a Maria”.

Eduardo coloca vida em sua poesia, porque são pautadas por experiências profundas que ele próprio viveu. Ele coloca no papel a forma como Deus manifestou-se em sua vida. Ele usava a poesia para escrever de forma mais discreta os seus sentimentos mais profundos. Sentimentos esses, que partilhava com pessoas amigas que o compreendiam e que comungavam seus ideais. Confiou a certo amigo: “Sabes da minha grande necessidade de expressar tudo o que penso e sinto”.

Eduardo, já como criança e jovem tinha uma grande devoção a Mãe Maria. Um de seus poemas mais lindos é o “O servo de Maria desde a juventude” que segue abaixo:

 

Ó Maria!

Sempre foste em minha vida,

Tão bondosa, tão querida,

Que nem sei como te amar!

Quando eu era pequenino,

Com sorrisos tão divinos,

Junto a mim te vi velar.

 

E mais tarde, novamente

Eu te via, tão contente,

Como estrela de esperança.

Tua glória eu celebrava,

Belos hinos te entoava,

Com amor e confiança.

 

Nem jamais me deleitava

No que a terra me ofertava:

Tudo pó e só vaidade!

Mas eu sempre achava encanto

Em teu puro amor, tão santo,

Em te amar-Que suavidade!

 

Circundada de fulgores,

Com celestes esplendores,

Eu te vi, Mãe divinal.

Vi um anjo que falava,

Gabriel que te anunciava

A mensagem celestial.

 

Outra vez, quase em receio,

Eu te vi, num santo enleio,

Abraçar a Deus Menino.

E Jesus a ti sorria,

Com ardor correspondias-

Oh, que idílio tão divino!

 

E por fim, ao pé da cruz,

Eu te vi junto a Jesus,

No martírio seu de amor.

Eu te vi tão dolorosa,

Com as faces lacrimosas,

E num mar sem fim de dor!

 

Doce Mãe, fonte de amor,

Quão bendita tua dor,

Que ajudou a me remir.

Com o teu divino olhar,

Qual estrela matinal,

Queiras sempre me assistir.

 

O que sou tenho-o de ti!

Mesmo Deus o recebi

De tuas mãos tão liberais.

Já te amava, Mãe celeste,

Mas, porque Jesus me deste,

Hei de amar-te ainda mais