“Estarei a louvar o Senhor, nada quero senão seu amor”.
Eduardo como jovem sonhador, idealista e amante da arte usa o dom da poesia para expressar o que alimentava o coração, os sentimentos mais nobres de sua alma e as causas às quais deseja dedicar a sua vida. Ele escreve: “Estarei a louvar o Senhor, nada quero senão seu amor”.
“Seus temas de preferência versavam sobre a natureza, a amizade, a pátria, o ideal, a melancolia do Infinito. Revelava o que no momento povoava o seu interior, a transcendência, a saudade de Deus, o amor à Igreja, a profunda e terna devoção a Maria”.
Eduardo coloca vida em sua poesia, porque são pautadas por experiências profundas que ele próprio viveu. Ele coloca no papel a forma como Deus manifestou-se em sua vida. Ele usava a poesia para escrever de forma mais discreta os seus sentimentos mais profundos. Sentimentos esses, que partilhava com pessoas amigas que o compreendiam e que comungavam seus ideais. Confiou a certo amigo: “Sabes da minha grande necessidade de expressar tudo o que penso e sinto”.
Eduardo, já como criança e jovem tinha uma grande devoção a Mãe Maria. Um de seus poemas mais lindos é o “O servo de Maria desde a juventude” que segue abaixo:
Ó Maria!
Sempre foste em minha vida,
Tão bondosa, tão querida,
Que nem sei como te amar!
Quando eu era pequenino,
Com sorrisos tão divinos,
Junto a mim te vi velar.
E mais tarde, novamente
Eu te via, tão contente,
Como estrela de esperança.
Tua glória eu celebrava,
Belos hinos te entoava,
Com amor e confiança.
Nem jamais me deleitava
No que a terra me ofertava:
Tudo pó e só vaidade!
Mas eu sempre achava encanto
Em teu puro amor, tão santo,
Em te amar-Que suavidade!
Circundada de fulgores,
Com celestes esplendores,
Eu te vi, Mãe divinal.
Vi um anjo que falava,
Gabriel que te anunciava
A mensagem celestial.
Outra vez, quase em receio,
Eu te vi, num santo enleio,
Abraçar a Deus Menino.
E Jesus a ti sorria,
Com ardor correspondias-
Oh, que idílio tão divino!
E por fim, ao pé da cruz,
Eu te vi junto a Jesus,
No martírio seu de amor.
Eu te vi tão dolorosa,
Com as faces lacrimosas,
E num mar sem fim de dor!
Doce Mãe, fonte de amor,
Quão bendita tua dor,
Que ajudou a me remir.
Com o teu divino olhar,
Qual estrela matinal,
Queiras sempre me assistir.
O que sou tenho-o de ti!
Mesmo Deus o recebi
De tuas mãos tão liberais.
Já te amava, Mãe celeste,
Mas, porque Jesus me deste,
Hei de amar-te ainda mais